Entre resistências, adesões e dificuldades:

vozes de professores de história sobre o ENEM

Resumo

O artigo apresenta alguns dos resultados de uma investigação desenvolvida em nível de Doutorado, cujo objetivo foi compreender os efeitos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) nos saberes e nas práticas de professores de História do ensino médio do Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM), inspirada na Abordagem do Ciclo de Políticas, desenvolvido por Ball e Bowe (1992). Trata-se de um estudo no campo da abordagem qualitativa da pesquisa educacional. Os procedimentos de construção de dados foram o questionário, a entrevista narrativa – baseada no aporte teórico metodológico da história oral temática, de acordo com Portelli (2010), Guimarães (1997) e Meihy e Holanda (2015). A análise dos dados teve como referencial teóricoanalítico a Análise de Conteúdo (AC) de Bardin (2011). Os colaboradores da pesquisa foram nove professores de História que ministram aulas no ensino médio em oito campi
do IFTM. Identificaram-se deslocamentos e rupturas das concepções dos professores sobre o Exame em diferentes épocas. O registro de deslocamentos foi maior do que o de rupturas. Em relação aos efeitos do Enem, constataram-se adesões, resistências e dificuldades dos docentes no que concerne ao Enem como instrumento de avaliação em larga escala e como meio de acesso à educação superior, em que prevaleceu a resistência dos professores colaboradores.