Da questão mítica do nome próprio

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1519-5392.2013v13n1p137

Palavras-chave:

Silêncio, Poder, Nome próprio, Babel

Resumo

Trabalha-se, neste ensaio, a questão do silêncio e do poder nas heranças míticas e teológicas do nome próprio como questão essencialmente lingüística, tomando como fundamento alguns críticos e autores que, mais ou menos diretamente, abordaram o tema. Dentre eles, Paul Ricoeur, Friedrich Nietzsche, Ernest Cassirer, Michel Foucault, John Searle, Maurice Blanchot e Jacques Derrida. Buscamos interpretações plurais acerca do mito da Torre de Babel, visando animar sentidos para peculiaridades deste remoto e inacabado tema filosófico. O nome próprio é revelação sagrada do sem nome, inominável, que habita o texto, que habita o outro, que habita a cidade de Babel. O mito de Babel simboliza a fundação da comunidade. A comunidade onde a relação entre o eu e o outro dá-se no inevitável abismo da nomeação. O outro é apenas uma presença nomeada, ao mesmo tempo, um inominável.

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Biografia do Autor

Daniel de Oliveira Gomes, Universidade Estadual do Centro Oeste

Doutor em Literatura pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC. Professor adjunto na Universidade Estadual do Centro-Oeste - UNICENTRO - PR.

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Publicado

03-09-2013

Como Citar

GOMES, Daniel de Oliveira. Da questão mítica do nome próprio. Entretextos, Londrina, v. 13, n. 1, p. 137–152, 2013. DOI: 10.5433/1519-5392.2013v13n1p137. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/entretextos/article/view/14636. Acesso em: 3 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos