Sequenciadores retroativo-propulsores e, aí e então na sala de aula de língua materna: uma proposta didática
DOI:
https://doi.org/10.5433/1519-5392.2023v23n3p137-157Palavras-chave:
Sociolinguística Variacionista, Ensino, Sequenciação retroativo-propulsoraResumo
O presente artigo tem como objeto central o fenômeno da sequenciação retroativo-propulsora (Tavares, 2003), com foco nos sequenciadores e, aí e então. Objetiva analisar os usos dessas formas linguísticas na fala e na escrita de alunos do sexto ano do ensino fundamental (anos finais) e, a partir desse levantamento, propor uma atividade didática que minimize as dificuldades dos estudantes quanto ao emprego desses conectores, sobretudo na escrita formal. Para tanto, a pesquisa ancora-se nos pressupostos da Sociolinguística Variacionista (Labov, 2008 [1972]) e da Sociolinguística Educacional (Bortoni-Ricardo, 2004). Os resultados estatísticos, aferidos por meio de modelos de regressão logística multinomial na plataforma R, apontaram o favorecimento do aí em contexto intertópico; o favorecimento de e em contexto intratópico, em textos escritos, e nas subfunções finalização e introdução de efeito. Baseados nesses resultados, propusemos uma alternativa didática para analisar o fenômeno da sequenciação retroativo-propulsora em sala de aula e para relacionar as estratégias de sequenciação aos contextos discursivos envolvidos.
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