Os embates na construção de certezas sobre o retorno presencial às aulas
DOI:
https://doi.org/10.5433/1519-5392.2023v23n4p133-154Palavras-chave:
performatividade; pandemia; educação; discurso autoritário; ciência.Resumo
Este trabalho visa analisar uma entrevista do ex-secretário de educação do estado de São Paulo, Rossieli Soares, na qual comparece à certeza de que a escola, em 2020 e 2021, era um espaço seguro para o retorno às aulas presenciais. Analisamos também uma carta aberta ao governo e ao secretário, que constrói uma certeza de que a escola não era um espaço seguro e que as metodologias adotadas pelo governo para o retorno eram precárias e questionáveis. Nesse sentido, evidenciamos os embates em torno de tal questão e quais são as estratégias utilizadas para construí-las, que se baseiam falsamente na ciência e em discursos autoritários que preveem punição àqueles que não cumprirem com as determinações. A questão da performatividade é analisada enquanto efeito de sentido mobilizado por elementos da cena enunciativa, como lugar social de dizer, em uma divisão dos sentidos. As análises pautam-se no embate público, ao perceber o político no acontecimento enunciativo da entrevista, na relação com outros dizeres que buscam construir a importância da retomada das atividades presenciais, contrapondo-se ao que era então praticado e enunciado pela ciência naquele momento
Downloads
Referências
AUSTIN, John Langshaw. Quando dizer é fazer. Trad. de Danilo Marcondes de Souza Filho. Porto Alegre: Artes Médicas: 1990.
CAFARDO, Renata. Secretário de Educação de SP defende volta obrigatória dos alunos às escolas. Entrevista com Rossieli Soares, secretário estadual de Educação de São Paulo. O Estado de S. Paulo, 21 de dezembro de 2020. Disponível em: https://educacao.estadao.com.br/noticias/geral,secretario-de-educacao-de-sp-defende-volta-obrigatoria-dos-alunos-ao-ensino-presencial,70003559008. Acesso em 10 de janeiro de 2022.
ELIAS de OLIVEIRA, Sheila. Certeza, Sentido, Conhecimento. revista Linguasagem, São Carlos, v.34, Número temático, jan./jun., 2020, p. 1-20.
GUIMARÃES, Eduardo. Espaço de enunciação, Cena enunciativa, Designação. Fragmentum (UFSM), v. 40, p. 49-76, 2014. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/fragmentum/article/view/17264/10431. Acesso em 20 de fevereiro de 2022. DOI: https://doi.org/10.5902/17264
GUIMARÃES, Eduardo. Semântica do Acontecimento. Campinas: Pontes, 2002.
GUIMARÃES, Eduardo. Semântica, Enunciação e sentido. Campinas: Pontes, 2018.
PÊCHEUX, Michel (1982). Delimitações, inversões, deslocamentos. Campinas: Caderno de Estudos Linguísticos 19, jul.-dez.1990, p.7-24.
SOUZA FILHO, Danilo Marcondes de. Apresentação de Quando dizer é fazer. A filosofia da Linguagem de J. L. Austin. Porto Alegre: Artes Médicas: 1990. p. 7-17.
ORLANDI, Eni. As formas do silêncio. No movimento dos sentidos. Campinas: Ed. da Unicamp, 1992.
ORLANDI, Eni. Análise de discurso: princípios e Procedimentos. Campinas: Pontes, 1999.
ORLANDI, Eni. A Linguagem e seu Funcionamento, Ed. Brasiliense, São Paulo. 1983
ORLANDI, Eni. Eu, tu, ele: discurso e real da história. Campinas: Pontes Editores, 2017.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Gildo Antonio Moura Júnior, Claudia Freitas Reis
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Entretextos adota a Licença Creative Commons Attribution 4.0 International, portanto, os direitos autorais relativos aos artigos publicados são do(s) autor (es).
Sob essa licença é possível: Compartilhar - copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato. Adaptar - remixar, transformar, e criar a partir do material, atribuindo o devido crédito e prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas.