Para além das fronteiras discursivas: uma análise desconstrutora de Iracema, uma Transa Amazônica (1974)
DOI:
https://doi.org/10.5433/2237-9126.2019v13n24p66Palabras clave:
Ditadura Militar, Cinema Brasileiro, Transamazônica, Cinema-verdade, Jacques Derrida.Resumen
Iracema, uma transa amazônica é uma ficção-documental que busca retratar as consequências sociais e ambientais do período de crescimento acelerado e modernização que marcou o início da década de 1970 no Brasil. A narrativa é construída por meio de aspectos de linguagem fílmica do cinema verdade, em que a câmera na mão e as cenas não ficcionais intencionam reproduzir um efeito do real para denunciar a exploração predatória na Amazônia com a construção da rodovia Transamazônica. A problematização que este artigo busca levantar parte da compreensão de pesquisadores sobre a história e a teoria de filmes documentários que consideram as produções cinematográficas com caráter de denúncia como uma produção também exploratória - sendo que o tema desses cineastas é, também, a desgraça da vida de seus objetos -, e de alguns conceitos do filósofo Jacques Derrida para melhor fundamentar uma desconstrução do maniqueísmo que coloca a resistência intelectual e artística como heroica na denúncia das barbáries cometidas pelos militares.
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