Oralidade, ensino e imagens na visão de Túndalo
DOI:
https://doi.org/10.5433/2237-9126.2010v4n6p7Palabras clave:
Visão de Túndalo, Educação, Oralidade, ImagensResumen
A Visão de Túndalo é um exemplum, narrativa de caráter moralizante com a função de convencer uma platéia através de uma lição moral. Os exempla eram apresentados por pregadores religiosos com o objetivo de conversão. A narrativa foi produzida no século XII por um monge cisterciense e traduzida para o português no século XV, o que mostra a sua importância no final da Idade Média. O aspecto pedagógico está bastante ressaltado através da oralidade. É através do diálogo entre o anjo e Túndalo que são explicados detalhadamente os tormentos do Além, relacionados às faltas dos pecadores. O ente celeste também explica ao nobre os motivos que levaram os eleitos a ficar nos três espaços do Paraíso, os Muros de Prata, de Ouro e de Pedras Preciosas, segundo o seu merecimento. Além de conversar com o cavaleiro Túndalo, no intuito de convencê-lo a se tornar um bom cristão, o manuscrito também dialoga com a platéia a quem o texto era dirigido, através de vários índices de oralidade (Zumthor), com verbos como ouvir, falar, contar. Para reforçar o aspecto pedagógico do exemplum são enfatizadas imagens relacionadas aos órgãos dos sentidos (visão, audição, olfato, paladar e tato) no Paraíso e Inferno. A iconografia do final da Idade Média também confirma algumas descrições da Geografia do Além apresentadas na visio.
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