O diabo visita a tradução – diálogos de Guimarães Rosa e seu tradutor em torno da autoria

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1678-2054.2024vol44n1p101

Palavras-chave:

Guimarães Rosa, Cartas, Tradução, Paratextos

Resumo

A correspondência trocada por Guimarães Rosa e seus tradutores revela a construção de uma parceria em busca das melhores estratégias de transposição da ficção rosiana para outras línguas. A carta nesses casos configurou-se como um espaço discursivo habitado apenas pela literatura, apostando-se no diálogo para explicar e encorajar o tradutor. Elabora-se uma dinâmica em que a obra é retomada, observada novamente pelo autor a fim de encontrar redes de enunciação entre línguas e linguagens, experiência que resulta inclusive em novas estratégias ficcionais das narrativas rosianas da década de 1960. É o que vemos na proliferação de paratextos em Tutaméia – Terceiras Estórias, tais como o glossário. A parceria entre autor e tradutor ocorre em função não da repetição, mas da liberdade criativa que deveria guiar o trabalho de recriação da tradução.

Biografia do Autor

Mônica Gama, Universidade Federal de Ouro Preto -UFOP

Doutora em Literatura Brasileira pela Universidade de São Paulo
Professora da Universidade Federal de Ouro Preto

Referências

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Publicado

03-06-2024

Como Citar

GAMA, Mônica. O diabo visita a tradução – diálogos de Guimarães Rosa e seu tradutor em torno da autoria. Terra Roxa e Outras Terras: Revista de Estudos Literários, [S. l.], v. 44, n. 1, p. 101–111, 2024. DOI: 10.5433/1678-2054.2024vol44n1p101. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/terraroxa/article/view/49400. Acesso em: 3 jul. 2024.