Hallucinated city: kitsch and desvairismo

Authors

DOI:

https://doi.org/10.5433/1678-2054.2022vol42n2p9

Keywords:

Hallucinated city, Mario de Andrade, kitsch, desvarismo

Abstract

“My claims? Freedom” (Andrade 2019: 11). Amid the modernization process of São Paulo, a process filled with contradictions and conflicts, Mário de Andrade publishes his Pauliceia desvairada, translated as Hallucinated City, a complex book, which combines elements of mass culture and popular culture to create a Brazilian avant-garde art. In this paper, we propose that the 1922 book, so close to the logic and aesthetics of technical reproducibility, can be seen as a way of studying the emergence of kitsch in Brazil. This proposition is supported by the reading of some poems and the Prefácio interessantíssimo, but it is also supported by the theoretical elaboration made in A escrava que não é Isaura (1925) and in the release of Klaxon (1922). What stands out is the ambivalence of the positions at stake: in Mário de Andrade we find the desvairismo as an avant-garde and aristocratic defense of genuine art; but we also note the emergence of kitsch, marked by the seduction of clichés and by the performative masking that, in face of the masses, empties any essence of subjects and objects.

Author Biographies

Ana Paula Parisotto, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Literatura da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Artur de Vargas Giorgi, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Doutor em Literatura (UFSC)
Professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

References

ADORNO, Theodor; HORKHEIMER, Max. A indústria cultural: o iluminismo como mistificação de massas. Trad. Julia Elisabeth Levy. Luiz Costa Lima. Teoria da cultura de massa. São Paulo: Paz e Terra, 2002. 169-214.

AMBROZIO, Leonilda. Mário de Andrade e Vicente Huidobro: identidades. Revista Letras, Curitiba, n. 31, p. 103-113, 1982. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/letras/article/view/19352. DOI: https://doi.org/10.5380/rel.v31i0.19352

ANDRADE, Mário de. A escrava que não é Isaura. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2010.

ANDRADE, Mário de. Pauliceia desvairada. São Paulo: Principis, 2019.

ANTELO, Raúl. Na Ilha de Marapatá: Mário de Andrade lê os hispano-americanos. São Paulo: HUCITEC, 1986.

BENJAMIN, Walter. A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. Trad. Sergio Paulo Rouanet. 7 ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.

BUCK-MORSS, Susan. Estética e anestética: o “Ensaio sobre a obra de arte” de Walter Benjamin Reconsiderado. Travessia, Florianópolis, n. 33, p. 11-41, ago./dez. 1996. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/travessia/article/view/16568/15124.

CARVALHO, Lilian Escorel de. A revista francesa L’Esprit nouveau na formação das ideias estéticas e da poética de Mário de Andrade. Tese (Doutorado em Literatura Brasileira) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, 2008. Disponível em: https://tinyurl.com/mvzhxe97.

CORDEIRO, A. maria. O pensamento musical de Mário de Andrade. Anuário de Literatura, [S. l.], v. 2, n. 2, p. 111-124, 1994. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/literatura/article/view/5337.

FRANCO JUNIOR, Arnaldo. Kitsch, crise da utopia modernista e crítica de arte na contemporaneidade. Leitura, Maceió, v. 1, n. 45, p. 149–164, 2011. Disponível em: https://www.seer.ufal.br/index.php/revistaleitura/article/view/250. DOI: https://doi.org/10.28998/0103-6858.2010v1n45p149-164

GIORGI, Artur de Vargas. O tupi e o alaúde, ainda. Revista Cult, São Paulo, s/n, s/p, 1 abr. 2021. Disponível em: https://revistacult.uol.com.br/home/mario-de-andrade-o-tupi-e-o-alaude/.

HUIDOBRO, Vicente. La creación pure. L’Esprit Nouveau, Paris, 1921, n. 7, p. 769-776. Disponível em: https://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k10733766/f7.item

GREENBERG, Clement. Vanguarda e kitsch. Trad. Maria Luiza X. de A. Borges. Clement Greenberg e o debate crítico. Rio de Janeiro: Funarte Jorge Zahar, 1997.

JAECKEL, Volker. A percepção da grande cidade na obra de Georg Heym e Mário de Andrade. Contingentia, Porto Alegre, v. 4, n. 1, p. 1-12, 2009. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/contingentia/article/view/7107.

KANT, Immanuel. Resposta à pergunta: Que é o iluminismo? [1784]. A Paz perpétua e outros opúsculos. Trad. Artur Morão. Lisboa: Edições 70, 1995. 21-37.

KLAXON. Mensário de Arte Moderna, São Paulo, ano 1, n. 1, 15 mai. 1922.

MOLES, Abraham. O kitsch: a arte da felicidade. Trad. Sergio Miceli. São Paulo: Perspectiva, 1972.

ROSENFELD, Anatol. Mário e o cabotinismo. Texto/Contexto. São Paulo: Perspectiva, 1978. 185-200.

SÊGA, Christina. O Kitsch está Cult. Signos do Consumo, São Paulo, v. 02, p. 53-66, 2010. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/signosdoconsumo/article/view/44361. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.1984-5057.v2i1p53-66

SEVCENKO, Nicolau. Orfeu extático na Metrópole: São Paulo, sociedade e cultura nos frementes anos 20. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.

SIMON, Iumna Maria. Linguagem poética e crescimento urbano-industrial. Rev. Let., São Paulo, v. 46, n. 1, p. 127-150, jan./jun. 2006. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/letras/article/view/44.

SÜSSEKIND, Flora. Cinematógrafo de letras: literatura, técnica e modernização no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.

TELES, Gilberto Mendonça. Vanguarda européia e modernismo brasileiro. 3 ed. Petrópolis: Vozes, 1976.

Published

2022-12-30

How to Cite

Parisotto, Ana Paula, and Artur de Vargas Giorgi. “Hallucinated City: Kitsch and Desvairismo”. Terra Roxa E Outras Terras: Revista De Estudos Literários, vol. 42, no. 2, Dec. 2022, pp. 9-19, doi:10.5433/1678-2054.2022vol42n2p9.