Violência, insólito e reparação em "La Llorona" (2019), de Jayme Bustamante
DOI:
https://doi.org/10.5433/1678-2054.2024vol44n2p106Palavras-chave:
La Llorona, violência, insólito, genocídioResumo
Este artigo objetiva analisar a reconfiguração da Llorona no filme de mesmo nome (2019), dirigido por Jayme Bustamante, a partir da relação entre as marcas da violência histórica e os elementos do insólito ficcional. Nesse longa-metragem, apresenta-se a reconstrução ficcional de um episódio da história guatemalteca: o julgamento do ex-ditador Monteverde por seus crimes contra a população da etnia ixil maya, dizimada pela violência oriunda do regime totalitário. Nesse contexto, surge a figura de Alma, representação mítica da llorona, personagem que assombra o militar em consequência de suas atrocidades contra sua comunidade e seu povo. Culpado mas impune, o ex-ditador vê se descortinar diante de si uma pluralidade de eventos incomuns que revelam ser o insólito uma força motriz para que se consiga justiça pelos crimes cometidos, constituindo-se, portanto, como uma resposta à violência praticada pelo Estado. Contribuirão para nossa análise os estudos de Rafael Cuevas Molina (2012) e Grace Bushway (2021) sobre violência e cinema na Guatemala, bem como os aportes teóricos de Rosa M. E. de Montandon (2007), Ana Lúcia Trevisan (2017), Filipe Furtado (1980), entre outros, para se pensar a figura da llorona e a composição do insólito ficcional no mencionado filme do diretor guatemalteco.
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Referências
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