As mídias como extensões do corpo: duplos, próteses e descorporificação em Consumidos, de David Cronenberg

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1678-2054.2023vol43n1p10

Palavras-chave:

David Cronenberg, Consumidos, Mídias como extensões

Resumo

Publicado em 2014, Consumidos é o primeiro romance do cineasta canadense David Cronenberg. Ao longo de sua obra, em filmes como The Fly, Videodrome, Crash e eXistenZ, são constantes as sexualidades desviantes, o body-horror, o questionamento sobre o que é o real e sobretudo a relação entre orgânico e maquínico, entre corpo e mídia, ou melhor, ele atualiza a teoria mcluhiana de que as mídias são extensões do homem. No romance, Cronenberg retoma esse repertório temático ao narrar a história de um casal de fotojornalistas viciado em tecnologia que investiga um crime envolvendo um filósofo canibal e um médico que realiza procedimentos estéticos clandestinos. Gadgets, DSTs, réplicas em 3D, apotemnofilia, consumismo e canibalismo são alguns dos ingredientes dessa história que se passa num mundo dominado pelas imagens técnicas. Nesse sentido, o objetivo deste artigo é analisar Consumidos à luz dos Estudos da Mídia, tendo como aportes teóricos Marshall McLuhan, Friedrich Kittler, Erick Felinto e Donna Haraway.

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Biografia do Autor

Gustavo Ramos de Souza, Universidade Estadual de Londrina - UEL

Doutor em Letras pela Universidade Estadual de Londrina

Professor colaborador da Universidade Estadual de Londrina

Referências

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Publicado

06-06-2023

Como Citar

Souza, Gustavo Ramos de. “As mídias Como Extensões Do Corpo: Duplos, próteses E descorporificação Em Consumidos, De David Cronenberg”. Terra Roxa E Outras Terras: Revista De Estudos Literários, vol. 43, nº 1, junho de 2023, p. 10, doi:10.5433/1678-2054.2023vol43n1p10.

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