Adaptação e grotesco em Padre Amaro: Eça de Queirós e Paula Rego

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1678-2054.2022v41p7

Palavras-chave:

Adaptação, Grotesco, Paula Rego, Crime do Padre Amaro.

Resumo

Este trabalho compara as configurações e reconfigurações do grotesco na obra O crime do Pe. Amaro, de Eça de Queirós, e na adaptação que a artista plástica Paula Rêgo faz em uma série homônima de dezesseis quadros.  A partir das reflexões sobre teoria da adaptação em Linda Hutcheon e Robert Stam, comparamos as obras de Eça de Queirós e Paula Rego. No livro, a comparação se estabelece a partir das descrições de algumas personagens da obra, enquanto nas telas a interpretação se realiza a partir de uma ampliação de alguns temas desenvolvidos pelo autor, além de uma adequação ao contexto de produção dessas obras na contemporaneidade. A perspectiva comparativa é a do grotesco, seja através da interpretação das cores, da corporeidade das personagens e até do fundo das telas. O trabalho é embasado nas teorias do grotesco desenvolvidas por M. Bakhtin e Victor Hugo. A leitura a partir da teoria da adaptação e do grotesco nas obras possibilita um enriquecimento de ambas as obras, seja em seus contextos socioculturais específicos, sincrônicos, seja em um panorama cultural mais abrangente, diacrônico.

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Biografia do Autor

Rogério Caetano de Almeida, Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR

Doutorado em Letras (Literatura Portuguesa) pela Universidade de São Paulo - USP, Professor de Literatura na Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR/Curitiba.

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Publicado

24-02-2022

Como Citar

ALMEIDA, R. C. de. Adaptação e grotesco em Padre Amaro: Eça de Queirós e Paula Rego. Terra Roxa e Outras Terras: Revista de Estudos Literários, [S. l.], v. 41, p. 7–21, 2022. DOI: 10.5433/1678-2054.2022v41p7. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/terraroxa/article/view/44255. Acesso em: 26 abr. 2024.