O (não) lugar da poesia em "Cidade de Deus"
DOI:
https://doi.org/10.5433/1678-2054.2014v28p66Palavras-chave:
Violência armada, Poesia, Realismo, Mercadoria, ImagemResumo
A violência narrada em Cidade de Deus está posta no romance de forma objetiva, em linguagem direta, com cenas e imagens numerosas, mas não rebuscadas e sim como se apenas fizessem parte de uma sede jornalística por descrever. A forma poética pode ser verificada com muita força na introdução do texto e invade outros momentos no decorrer da narrativa. Ocorre, entretanto, que não é essa a linguagem que prevalece no romance, ela não impera no texto, mas emerge eventualmente, como se fosse transgressão. Tal atitude, de certo modo, revela uma tomada de posição que assume a necessidade de distanciar violência e poesia. Isso seguiria a contramão da tradicional associação entre dor e poesia e também se configura como um gesto de resistência a engajar o romance na condição de mercadoria.Downloads
Referências
KEHL, Maria Rita. A melancolia em Walter Benjamin e em Freud. Recordando a Walter Benjamin. Disponível em: Acesso em 21/07/2014.
LINS, Paulo. Cidade de Deus. São Paulo: Companhia de Bolso, 2002.
LUKÁCS, Georg. Cuestiones Preliminares y de Principio. Vol. 1 de Estética: la Peculiaridad de lo Estético. 4 v. Barcelona: Grijalbo, 1966.
SCHOLLHAMMER, Karl Erik. Cena do crime: violência e realismo no Brasil contemporâneo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2013.
SIMON, Iumna Maria. Considerações sobre a poesia brasileira em fim de Século. In: Novos Estudos CEBRAP (São Paulo) 55: 27-36, nov. 1999.
ZIZEK, Slavoj. Bem-vindo ao deserto do real! São Paulo, Boitempo, 2003. Entrevista disponível em Acesso em 15/7/2014.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a) Os(as) autores(as) mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution International 4.0 License, permitido o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
b) Os(as) autores(as) têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho em linha (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) após o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
d) Os(as) autores(as) dos trabalhos aprovados autorizam a revista a, após a publicação, ceder seu conteúdo para reprodução em indexadores de conteúdo, bibliotecas virtuais e similares.
e) Os(as) autores(as) assumem que os textos submetidos à publicação são de sua criação original, responsabilizando-se inteiramente por seu conteúdo em caso de eventual impugnação por parte de terceiros.