Aula de Língua Portuguesa: nas malhas do des-encontro enunciativo entre professor e aluno
DOI:
https://doi.org/10.5433/2237-4876.2016v19n1p321Palavras-chave:
, Enunciação, Subjetividade, EnsinoResumo
Com base nas teorizações de Benveniste (1958, 1968 e 1970), vamos enfocar a sala de aula a partir de uma perspectiva enunciativa. Diferentemente de alguns modelos teóricos que apostam que a relação discursiva entre professor e aluno(s) é completa e totalizante, iremos mostrar teórico-analiticamente que as enunciações faladas entre eles fazem aparecer um desencaixe constitutivo. Assim, concebendo a sala de aula, como uma instância discursiva, mostraremos que essa instância figura como lugar de (re)criação contínua de saberes. Os saberes não estão desde já aí, cabendo ao professor (re)inventá-los. E essa (re)invenção, dada a sua natureza enunciativa, acontece em mo(vi)mentos temporais e espaciais singulares. Além disso, os efeitos das enunciações faladas que o professor traz ao(s) aluno(s), e vice-versa, não são controláveis nem previsíveis. Esses efeitos acabam pôr expor o professor a uma complexa relação com o seu objeto de trabalho, no caso a Língua Portuguesa. A partir de duas Cenas Enunciativas, mostraremos que a posição discursivo-enunciativa de professor se acentua, de maneira que o professor se lança à abordagem do texto, elaborando mo(vi)mentos de leitura e de interpretação a partir da associação entre saberes. O professor produz ficção com o texto, já que ele constrói diferentes cenários para a sua abordagem.Downloads
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