Descrevendo, analisando, interpretando e comparando metáforas do português brasileiro (PB) e do alemão

Autores

  • Dieysa Kanyela Fossile Universidade Federal do Tocantins (UFT)

DOI:

https://doi.org/10.5433/2237-4876.2012v15n3p171

Palavras-chave:

Metáfora verbal. Aspecto. Interpretação.

Resumo

Neste artigo defendo que o uso metafórico é guiado por certos padrões linguísticos, os quais envolvem relações paradigmáticas e sintagmáticas. Apresento a descrição de um corpus de exemplos reais, retirados da web, de metáforas com verbos de acontecimentos do Português Brasileiro e do Alemão. A análise e a descrição das sentenças metafóricas são realizadas com base em uma metodologia de análise de dados que foi elaborada em parceria com Moura (2007). O objetivo central deste estudo foi elaborar um sistema gravitacional de tipos combinatórios de metáforas verbais. A partir da análise e da descrição de dados realizadas, parece-me que a regularidade que pôde ser identificada no uso das sentenças metafóricas verbais está ancorada no valor aspectual da situação verbal. Foi possível observar que na interpretação de uma sentença metafórica são acionadas categorias semânticas e combinações entre categorias semânticas.

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Biografia do Autor

Dieysa Kanyela Fossile, Universidade Federal do Tocantins (UFT)

Dieysa Kanyela Fossile

Graduada em Letras pela Universidade Regional de Joinville (UNIVILLE) - (2003). Cursou mestrado (2006-2008) e doutorado (2009-2011) em Linguística na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), sob orientação do prof. Dr. Heronides Maurílio de Melo Moura. Durante o mestrado e o doutorado seu objeto de pesquisa foi a metáfora. A sua dissertação de mestrado teve como título: “Metáforas com verbos de mudança de estado”. E a tese de doutorado recebeu o título: “O significado aspectual na interpretação de metáforas verbais”. Em ambos, defendeu que o uso metafórico é guiado por certos padrões linguísticos, os quais envolvem relações paradigmáticas e sintagmáticas. Nos estudos de pós-graduação, descreveu, analisou e comparou exemplos reais de metáforas verbais, retirados da web.

 

Durante a pesquisa do doutorado trabalhou tanto com metáforas verbais do Português Brasileiro (PB) quanto com ocorrências metafóricas verbais da Língua Alemã. Pesquisou especificamente metáforas verbais com valor aspectual inceptivo, cursivo, iterativo e pontual. A partir da análise e da descrição de dados, verificou que a regularidade que pode ser identificada no uso das sentenças metafóricas com os verbos de acontecimentos pode ser influenciada pelo valor aspectual da situação verbal. Observou que na interpretação de uma sentença metafórica tanto da Língua Portuguesa do Brasil (PB) quanto da Língua Alemã são acionadas categorias semânticas e combinações entre categorias semânticas. Isso demonstrou que a sua tese está centrada na ideia de composicionalidade, isto é, por meio desse resultado mostrou que a combinação sintagmática é o que define o sentido das sentenças metafóricas descritas e analisadas.

 

Atualmente, é professora adjunta vinculada ao curso de Letras e ao Programa de Mestrado em Ensino de Língua e Literatura da Universidade Federal do Tocantins (UFT). Ministra, especialmente, as disciplinas de semântica e de sintaxe no Curso de Letras. Também ministra essas aulas para o curso de Letras-PARFOR (Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica).

Coordena o Grupo de Estudos Metafóricos (GEM/UFT), o projeto de pesquisa e extensão (a) “Metáforas: a leitura de textos metafóricos em séries do ensino fundamental”, além do projeto de pesquisa (b) “Regularidade interpretativa: o significado aspectual na interpretação das sentenças metafóricas verbais do PB e do Inglês”.

O projeto de pesquisa e extensão “Metáforas: a leitura de textos metafóricos nas séries do ensino fundamental” está centrado na área do ensino. Esta pesquisa está em andamento e vem sendo desenvolvida desde 2010/2. Este projeto pretende levar o aluno de Letras a refletir sobre a interpretação da metáfora, a conhecer a metáfora e algumas versões teóricas como: (a) a posição tradicional de Aristóteles (1996); (b) a posição de I. A. Richards (1936); (c) a teoria da interação semântica de Max Black (1962, 1992, 1993); (d) a teoria metafórica de John Searle (1993) e (d) a teoria do modelo conceptual de Lakoff e Johnson (1980, 2002). Dessa maneira, o projeto visa fazer com que o aluno de Letras e futuro profissional dessa área de ensino verifique o quão necessário é buscar estratégias de ensino-aprendizagem diferenciadas e planejadas para (a) o ensino e a aprendizagem da metáfora nas séries do ensino fundamental, inclusive, para (b) o ensino e a aprendizagem da leitura de textos metafóricos. A coordenadora deste projeto justifica que, por meio desta pesquisa, os alunos de Letras e futuros docentes dessa área de ensino serão estimulados a (a) refletir sobre a metáfora e a compreendê-la; (b) verificar, analisar e descrever como os alunos do ensino fundamental interpretam textos que apresentam metáforas. Este projeto de pesquisa e extensão vem sendo desenvolvido em parceria com uma escola pública do município de Araguaína – TO. Para o desenvolvimento deste projeto, há a contribuição de dois bolsistas CNPq e de uma bolsista UFT.

Já o projeto de pesquisa intitulado: “Regularidade interpretativa: o significado aspectual na interpretação das sentenças metafóricas verbais do PB e do Inglês” começou a ser desenvolvido em março de 2012. Esta pesquisa centra-se no âmbito da teoria e análise linguística. É uma continuidade da pesquisa de doutorado que foi desenvolvida pela coordenadora deste estudo; porém, agora, trabalham-se com ocorrências metafóricas do Português Brasileiro (PB) e da Língua Inglesa. Nesta pesquisa, são analisadas metáforas verbais, especificamente, metáforas com verbos que apresentam os valores aspectuais: inceptivo, cursivo, iterativo e pontual. A razão principal para a realização deste estudo é tentar mostrar que a interpretação de uma ocorrência metafórica não acontece de maneira aleatória e casual, mas que a interpretação de uma sentença metafórica é governada por padrões linguísticos que envolvem relações paradigmáticas e sintagmáticas. Para o desenvolvimento deste projeto de pesquisa também conta com bolsistas.

No Programa de Mestrado em Ensino de Língua e Literatura da UFT as temáticas de seu interesse para orientação são: Semântica e Pragmática: contribuições no ensino de língua. Léxico e significação no ensino de língua. Metáforas: Leitura e interpretação. Design e avaliação (e/ou produção) de material didático com foco na significação.

 

A seguir, apresentam-se orientações e supervisões em andamento.

 

Dissertação de mestrado:

 

1.  Rosimeire Parada Granada Costa. Crenças sobre o bom professor de LE: um estudo a partir das metáforas no discurso de professores em formação. 2012. Dissertação (Mestrado em Ensino de Língua e Literatura - MELL) - Fundação Universidade Federal do Tocantins.

 

 

Iniciação científica:

 

1. André Amorim de Souza. Entendendo o que é ler: leitura de textos nas séries do ensino fundamental. 2011. Iniciação científica (Letras - Licenciatura. (PIBIC/CNPq)) - Fundação Universidade Federal do Tocantins

 

2. Rosineide Pereira da Silva. Entendendo o que é metáfora:  leitura de textos  metafóricos nas séries do ensino fundamental. 2011. Iniciação científica (Letras - Licenciatura. (PIBIC/CNPq)) - Fundação Universidade Federal do Tocantins.

 

3. Leane da Silva Ferreira. Metáfora: analisando como são interpretados e trabalhados os textos metafóricos em sala de aula. Compreendendo teorias.. 2011. Iniciação científica (Letras - Lic. (PBIC / Bolsa Permanência UFT). - Fundação Universidade Federal do Tocantins.

 

 

 

 

 

Apresentam-se, abaixo, artigos completos publicados em periódicos:

 

1. FOSSILE, Dieysa  Kanyela

Um passeio pela trajetória da metáfora. Revista de Letras (Curitiba. 1996). , v.14, p.01 - 15, 2011.

 

2. FOSSILE, Dieysa  Kanyela

Construtivismo versus Sócio-interacionismo   -   uma introdução às teorias cognitivas. Revista Alpha. , v.n. 11, p.105 - 117, 2010.

 

3. FOSSILE, Dieysa  Kanyela

Estratégia de ensino-aprendizagem planejada: uma opção docente para estimular o discente a compreender regras e variações da língua portuguesa. Revista de Letras (Curitiba. 1996). , v.n. 13, p.1 - 19, 2010.

 

4. FOSSILE, Dieysa  Kanyela

O Ensino da Língua Alemã no Sul do Brasil. Profiscientia (Cuiabá). , v.n. 5, p.43 - 61, 2010.

 

5. FOSSILE, Dieysa  Kanyela

Semântica & Pragmática: campos in/dependentes. Revista Eletrônica Polidisciplinar Vôos. , v.01 n.2, p.40 - 58, 2009.

 

6. FOSSILE, Dieysa  Kanyela

Teoria dos espaços mentais e da mesclagem conceitual: concepções de literalidade e metaforicidade. Revista Eletrônica Polidisciplinar Vôos. , v.01 n.1, p.42 - 66, 2009.

 

7. FOSSILE, Dieysa  Kanyela

Teoria verbal: proposta de Corôa (2005). Profiscientia (Cuiabá). , v.4, p.153 - 172, 2009.

 

8. FOSSILE, Dieysa  Kanyela

Interpretação de metáforas com verbos de mudança de estado. Ciências & Cognição (UFRJ). , v.13, p.187 - 198, 2008.

 

9. FOSSILE, Dieysa  Kanyela

Regularidade interpretativa nas metáforas com verbos de mudança de estado. Línguas & Letras (UNIOESTE). , v.9, p.37 - 67, 2008.

 

10. FOSSILE, Dieysa  Kanyela, CAVASSIN, Regina Bach

Problemas de sintaxe e ortografia: análise de produções textuais do ensino fundamental e médio. Caderno de Iniciação à Pesquisa. , v.6, p.232 - 236, 2003.

 

11. FOSSILE, Dieysa  Kanyela, KOERNER, Rosana Mara

Linguagem padrão: uma forma de subjugar. Caderno de Iniciação à Pesquisa. , v.5, p.252 - 258, 2002.

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Publicado

2011-12-09

Como Citar

FOSSILE, Dieysa Kanyela. Descrevendo, analisando, interpretando e comparando metáforas do português brasileiro (PB) e do alemão. Signum: Estudos da Linguagem, [S. l.], v. 15, n. 3, p. 171–193, 2011. DOI: 10.5433/2237-4876.2012v15n3p171. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/signum/article/view/12587. Acesso em: 5 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos