Epistemologias do Sul e Saúde Coletiva: diálogos sobre Saúde da População Negra no cenário brasileiro

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.5433/1679-0383.2022v43n2p257

Palabras clave:

Saúde da população negra, Ciências Sociais e Humanas em saúde, Epistemologias do Sul

Resumen

Este artigo refere-se à aula ministrada no curso de Serviço Social (UFBA) sobre Epistemologias do Sul e vem com o objetivo de dialogar e contextualizar como, historicamente, as reinvindicações e atuação frente às negligências à Saúde da População Negra no cenário pré e pós-abolicionista, comungam com os ideários e ações que constituíram o Movimento Brasileiro de Reforma Sanitária. Sob a luz da perspectiva histórica de consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS) e dos apontamentos dos movimentos sociais negros e das normativas internacionais de acesso à saúde como direito fundamental, ressalto a importância das discussões sobre raça, racismo e saúde para o fortalecimento das ações empreendidas em prol de um SUS equânime. Ainda sobre a Saúde da População Negra, desloco os olhares para as práticas que evidenciam um grande esforço contra-hegemônico na garantia de direitos e na redução das graves iniquidades raciais vivenciadas pela população negra dentro do Sistema Único de Saúde.

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Biografía del autor/a

Winnie Samanú Lopes, Instituto Fernandes Figueira - Fiocruz

Pós-doutora pelo INOVA Fiocruz, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro

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Publicado

2022-12-02

Cómo citar

LOPES, Winnie Samanú. Epistemologias do Sul e Saúde Coletiva: diálogos sobre Saúde da População Negra no cenário brasileiro. Semina: Ciências Sociais e Humanas, [S. l.], v. 43, n. 2, p. 257–268, 2022. DOI: 10.5433/1679-0383.2022v43n2p257. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/seminasoc/article/view/48185. Acesso em: 23 nov. 2024.

Número

Sección

Dossiê

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