O trabalho para mulheres egressas da licença maternidade: (re)pensando as transformações profissionais no contexto de educação
DOI:
https://doi.org/10.5433/1679-0383.2020v41n2p249Palabras clave:
Trabalho e maternidade, Divisão social e sexual do trabalho, Cuidado dos filhosResumen
Este artigo objetiva analisar as percepções de mulheres egressas da licença maternidade sobre o trabalho, bem como compreender que transformações as vivências inerentes à maternagem geram em seus modos de serem trabalhadoras no contexto educacional. Adotou-se como método a pesquisa qualitativa com recorte transversal. Participaram da pesquisa 13 servidoras da área da educação, vinculadas no setor público de um município de Minas Gerais. Como técnica, utilizou de entrevistas semiestruturadas, as quais foram analisadas a partir da teoria dejouriana e de autores que com ela dialogam. Como resultados observou-se a ressignificação das participantes em meio aos conflitos no egresso ao trabalho. As cisões entre espaço doméstico e espaço público, trabalho doméstico e trabalho assalariado, maternidade e trabalho, articulada ao conjunto de conflitos e dificuldades marcaram a separação entre mãe e bebê. Entretanto, o enfrentamento das condições desfavoráveis, os laços coletivos que estas situações puderam proporcionar, assim como as contribuições que a vivência da atividade de cuidado, são compreendidas de modo positivo.Descargas
Citas
ANDRADE, C. J.; PRAUN, L. D.; AVOGLIA, H. R. C. O sentido do trabalho para mulheres após a licença maternidade: um estudo com profissionais de educação. Semina: Ciências Sociais e Humanas, Londrina, PR, v. 39, n. 2, p. 147-158, 2018.
ÁVILA, M. B. O tempo do trabalho doméstico remunerado: entre cidadania e servidão. In: ABREU, A. R. P.; HIRATA, H.; LOMBARDI, M. R. (org.). Gênero e trabalho no Brasil e na França: perspectivas interseccionais. São Paulo: Boitempo Editorial, 2016.
BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2016.
BEAUVOIR, S. O segundo sexo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980.
BENINCASA, M.; ANDRADE, C. J.; SOUZA, F. C. A paternidade participativa na perspectiva de mulheres egressas da licença maternidade: uma reflexão interseccional. In: BENINCASA, M.; ROMAGNOLO, A. N.; HELENO, M. G. V. (org.). Maternidade, parentalidade e conjugalidade: novas perspectivas em psicologia perinatal. Curitiba: CRV, 2020. p. 275-292.
BRASIL. Decreto-Lei n.º 5.452, de 1º de maio de 1943. Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho. Diário Oficial da União, Rio de Janeiro, RJ, 9 ago. 1943, Seção 1, p. 11937. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm. Acesso em: 19 jun. 2020.
CARNUT, L. Pesquisa social ou pesquisa qualitativa? Uma dis(des)cu(constru)ss(ç)ão em pauta na saúde coletiva. Saúde em Debate, Rio de Janeiro, RJ, v. 43, p. 170-180, 2019.
DEJOURS, C. Trabalho vivo: trabalho e emancipação. Brasília: Paralelo Quinze, 2012.
FABBRO, M. R. C.; HELOANI, J. R. M. Mulher, maternidade e trabalho acadêmico. Investigación y Educación en Enfermería, Medellín, CO, v. 28, n. 2, p. 176-186, jul. 2010.
GARCIA, C. F.; VIECILI, J. Implicações do retorno ao trabalho após licença-maternidade na rotina e no trabalho da mulher. Fractal: Revista de Psicologia, Niterói, RJ, v. 30, n. 2, p. 271-280, 2018.
HIRATA, H. Gênero, patriarcado, trabalho e classe. Revista Trabalho Necessário, Niterói, RJ, v. 16, n. 29, p. 14-27, 2018.
IBGE. Censo 2010. Disponível em: https://censo2010.ibge.gov.br/. Acesso em: 29 jun. 2020.
INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA - IPEA. Mulheres e trabalho: breve análise do período 2004-2014. Brasília, DF: Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, 2016.
KRAUSE, L. I. Mulher, trabalho e maternidade: demandas no retorno da licença-maternidade. 2017. Dissertação (Mestrado Profissional em Saúde da Mulher, Criança e Adolescente) - Universidade Católica de Pelotas, Pelotas, RS, 2017. Disponível em: http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/handle/tede/635. Acesso em: 29 jun. 2020.
LIMA, S. C. C. O trabalho do cuidado: uma análise psicodinâmica. Revista Psicologia Organizações e Trabalho: rPOT, Florianópolis, SC, v. 12, n. 2, p. 203-215, 2012.
ROCHA-COUTINHO, M. L.; COUTINHO, R. R. Mulheres brasileiras em posições de liderança: novas perspectivas para antigos desafios. Economia Global e Gestão, Lisboa, PT, v. 16, n. 1, p. 61-79, 2011.
RODRIGUES, C.; SAPUCAIA, M. Proteção à maternidade: uma reflexão sobre apaziguamento e sedimentação das desigualdades entre homens e mulheres. Revista da ABET, Curitiba, PR, v. 15, n. 1, p. 22-32, jan. /jun. 2016.
TURATO, E. R.; BASTOS, R. A.; VIEIRA, A. S. L.; WEBER, A. As pesquisas qualitativas: desafios de sua cientificidade. In: BICUDO, M. A. V.; COSTA, A. P. (org.). Leituras em pesquisa qualitativa. São Paulo: Editora Livraria da Física, 2019. v. 1, p. 135-144.
VANALLI, A. C. G.; BARHAM, E. J. Após a licença-maternidade: a percepção de professoras sobre a divisão das demandas familiares. Psicologia & Sociedade, Belo Horizonte, MG, v. 24, n. 1, p. 130-138, jan. /abr. 2012.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2020 Semina: Ciências Sociais e Humanas
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial 4.0.
Semina: Ciências Sociais e Humanas adopta la licencia CC-BY-NC para sus publicaciones, siendo el copyright del autor, en los casos de republicación recomendamos que los autores indiquen la primera publicación en esta revista.
Esta licencia permite copiar y redistribuir el material en cualquier medio o formato, remezclarlo, transformarlo y desarrollarlo, siempre que no sea con fines comerciales. Y debe darse el debido crédito al creador.
Las opiniones expresadas por los autores de los artículos son de su exclusiva responsabilidad.
La revista se reserva el derecho de introducir cambios normativos, ortográficos y gramaticales en los originales para mantener el nivel culto de la lengua y la credibilidad del vehículo. No obstante, respetará el estilo de redacción de los autores. Los cambios, correcciones o sugerencias de carácter conceptual se enviarán a los autores cuando sea necesario.