Identificação de Leishmania spp. em equinos e um cão da área rural de Uruguaiana, Rio Grande do Sul, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5433/1679-0359.2020v41n6p2687Palavras-chave:
Animais domésticos. Leishmaniose, PCR, Saúde pública, Fronteira oeste.Resumo
A leishmaniose visceral é uma zoonose causada por protozoários do gênero Leishmania. A doença é transmitida pela picada de um vetor flebotomíneo. Os principais reservatórios são cães, porém outros mamíferos podem se infectar e desempenhar esse papel. A região oeste do Rio Grande do Sul, localizada na tríplice fronteira Brasil-Uruguai-Argentina, representa uma área de transmissão para a leishmaniose visceral. O objetivo deste estudo foi identificar a infecção por Leishmania spp. em animais de áreas rurais de Uruguaiana, Rio Grande do Sul. Nove fazendas do município de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, foram incluídas. O sangue periférico foi coletado de 113 animais, caninos (n = 22) e equinos (n = 91), para a pesquisa de DNA de Leishmania spp. por reação em cadeia da polimerase (PCR). Oito animais infectados por Leishmania spp. (7%) foram detectados em duas fazendas na mesma área geográfica, sete equinos e um canino. Todos eles eram assintomáticos. Para investigar as espécies de Leishmania, uma das amostras positivas da espécie equina, também foi submetida ao sequenciamento e a presença de material genético de L. infantum foi confirmada. Este estudo garante a existência de animais infectados por Leishmania infantum nas áreas rurais de Uruguaiana e evidencia a importância de estudos para investigar os fatores de risco de disseminação nestes locais.Downloads
Referências
Benassi, J. C., Benvenga, G. U., Ferreira, H. L., Soares, R. M., Silva, D. T., Pereira, V. F., Ruiz, V. L., Oliveira, T. M. F. de S. (2018). Molecular and serological detection of Leishmania spp. in horses from an endemic area for canine visceral leishmaniasis in southeastern Brazil. Pesquisa Veterinaria Brasileira, 38(6), 1058-1063. doi: 10.1590/1678-5150-PVB-5214
Berrozpe, P., Lamattina, D., Santini, M. S., Araujo, A. V., Utgés, M. E., & Salomón, O. D. (2017). Environmental suitability for Lutzomyia longipalpis in a subtropical city with a recently established visceral leishmaniasis transmission cycle, Argentina. Memorias Do Instituto Oswaldo Cruz, 112(10), 674-680. doi: 10.1590/0074-02760170056
Ceccarelli, M., Galluzzi, L., Diotallevi, A., Andreoni, F., Fowler, H., Petersen, C., Vitale, F., Magnani, M. (2017). The use of kDNA minicircle subclass relative abundance to differentiate between Leishmania (L.) infantum and Leishmania ( L.) amazonensis. Parasites & Vectors, 239(10), 1-10. doi: 10.1186/s1 3071-017-2181-x
Centers for Disease Control and Prevention (2017). Parasites- Leishmaniasis. CDC 24/7 Saving lives, Protecting people™. Recovered from https://www.cdc.gov/parasites/leishmaniasis/index.html
Centro Estadual de Vigilância em Saúde (2017). Situação epidemiológica da Leishmaniose Visceral no Rio Grande do Sul. Governo do Estado do Rio Grande do Sul / Secretaria de Saúde.
Centro Estadual de Vigilância em Saúde (2019). Leishmaniose visceral humana. Situação epidemiológica/dados. Recuperado de https://cevs.rs.gov.br/lvh-situacao-epidemiologica-dados
Costa, T. A. C., Rossi, C. N., Laurenti, M. D., Gomes, A. A. D., Vides, J. P., Sobrinho, L. S. V., & Marcondes, M. (2010). Ocorrência de leishmaniose em gatos de área endêmica para leishmaniose visceral. Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science, 47(3), 213-217. doi: 10.11606/ issn.1678-4456.bjvras.2010.26858
Dantas-Torres, F. (2007). The role of dogs as reservoirs of Leishmania parasites, with emphasis on Leishmania (Leishmania) infantum and Leishmania (Viannia) braziliensis. Veterinary Parasitology, 149(3-4), 139-146. doi: 10.1016/j.vetpar.2007.07.007
Deboni, S. C., Barbosa, M., & Ramos, R. R. (2011). Vigilância epidemiológica de casos humanos. Boletim Epidemiológico. Porto Alegre: Centro Estadual de Vigilância Em Saúde [CEVS].
Escobar, T. A., Döwich, G., Cantele, L. C., Zuravski, L., Ferrareze, P. A. G., Duarte, C. A., Rosa e Silva, L. K., Lübeck, I., Manfredini, V. (2019a). Molecular detection of Leishmania spp. in Brazilian cross border south region mammalian hosts. Transboundary and Emerging Diseases, 476-480. doi: 10.1111/ tbed.13361
Escobar, T. A., Döwich, G., Santos, T. P. dos, Zuravski, L., Duarte, C. A., Lübeck, I., & Manfredini, V. (2019b). Assessment of Leishmania infantum infection in equine populations in a canine visceral leishmaniosis transmission area. BMC Veterinary Research, 15(381), 1-9. doi: 10.1186/s12917-019-2108-1
Escobar, T. A., Döwich, G., Zuravski, L., Cantele, L. C., Duarte, C. A., & Lübeck, I. (2018). Risk factors associated to canine visceral leishmaniasis in uruguaiana city, Brazil. Semina: Ciencias Agrárias, 39(1), 211-220. doi: 10.5433/1679-0359.2018v39n1p211
Feitosa, F. L. F., Leal, J., Mendes, L. C. N., Peiró, J. R., Perri, S. H. V, Lima, V. M. F. de, & Marcondes, M. (2012). Estudo soroepidemiológico de leishmaniose em equinos na região de Araçatuba-SP, Brasil, área endêmica para leishmaniose visceral. Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science, 49(6), 500-502. doi: 10.11606/issn.1678-4456.v49i6p500-502.
Iniesta, L., Fernández-Barredo, S., Bulle, B., Gómez, M. T., Piarroux, R., Gállego, M., Alunda, J. M., Portús, M. (2002). Diagnostic techniques to detect cryptic leishmaniasis in dogs. Clinical and Diagnostic Laboratory Immunology, 9(5), 1137-1141. doi: 10.1128/CDLI.9.5.1137
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2017). IBGE cidades. Recuperado de https://cidades.ibge.gov. br/brasil/rs/uruguaiana/panorama
Lachaud, L., Marchergui-Hammami, S., Chabbert, E., Dereure, J., Dedet, J. P., & Bastien, P. (2002). Comparison of six PCR methods using peripheral blood for detection of canine visceral leishmaniasis. Journal of Clinical Microbiology, 40(1), 210-215. doi: 10.1128/JCM.40.1.210-215.2002
Mahmud, I. C., Piassini, L. de A. S., Motta, F., Behar, P. R. P., & Souza, G. D. (2019). Epidemiological aspects of the first human autochthonous visceral leishmaniosis cases in Porto Alegre, Brazil. Brazilian Journal of Infectious Diseases, 23(2), 124-129. doi: 10.1016/j.bjid.2019.04.004
Organización Panamericana de la Salud (2019). Manual de procedimientos para Vigilancia y Control de las Leishmaniasis en Las Américas. Washington, D. C.: Organización Panamericana de la Salud.
Rosa Cruz, C. F., Rosa Cruz, M., & Galati, E. A. B. (2013). Sandflies (Diptera:Psychodidae) in rural and urban environments in an endemic area of cutaneous leishmaniasis in southern Brazil. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, 108(3), 303-311. doi: 10.1590/S0074-02762013000300008
Salomón, O. D., Basmajdian, Y., Fernández, M. S., & Santini, M. S. (2011). Lutzomyia longipalpis in uruguay: The first report and the potential of visceral leishmaniasis transmission. Memorias do Instituto Oswaldo Cruz, 106(3), 381-382. doi: 10.1590/S0074-02762011000300023
Salomón, O. D., Sinagra, A., Nevot, M. C., Barberian, G., Paulin, P., Estevez, J. O., Riarte, A., Estevez, J. (2008). First visceral leishmaniasis focus in Argentina. Memorias do Instituto Oswaldo Cruz, 103(1), 109-111. doi: 10.1590/S0074-02762008000100018
Sambrook J, Russel DW (2001). Molecular cloning: a laboratory manual. (3rd ed.). New York: Cold Spring Harbor.
Satragno, D., Faral-Tello, P., Canneva, B., Verger, L., Lozano, A., Vitale, E., Greif, G., Soto, C., Robello, C., Basmadjián, Y. (2017). Autochthonous outbreak and expansion of canine visceral Leishmaniasis, Uruguay. Emerging Infectious Diseases, 23(3), 536-538. doi: 10.3201/eid2303.160377
Sistema de Informação de Agravos de Notificação, Secretaria de Vigilância em Saúde, Ministério da Saúde (2019). Casos confirmados de Leishmaniose visceral, Brasil, grandes regiões e unidades federadas 1990 a 2018. Recuperado de https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2019/outubro/14/LV-Casos.pdf
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Semina: Ciências Agrárias
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Semina: Ciências Agrárias adota para suas publicações a licença CC-BY-NC, sendo os direitos autorais do autor, em casos de republicação recomendamos aos autores a indicação de primeira publicação nesta revista.
Esta licença permite copiar e redistribuir o material em qualquer meio ou formato, remixar, transformar e desenvolver o material, desde que não seja para fins comerciais. E deve-se atribuir o devido crédito ao criador.
As opiniões emitidas pelos autores dos artigos são de sua exclusiva responsabilidade.
A revista se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua e a credibilidade do veículo. Respeitará, no entanto, o estilo de escrever dos autores. Alterações, correções ou sugestões de ordem conceitual serão encaminhadas aos autores, quando necessário.