Exú nas escolas
contando histórias de orixás no ensino de história
DOI:
https://doi.org/10.5433/2238-3018.2024v30n2p153-168Palavras-chave:
Orixás, contação de histórias, antirracismo, racismo religiosoResumo
As histórias dos orixás fazem parte de mitologias africanas, especialmente das tradições iorubás, que foram preservadas e adaptadas em diversas partes do mundo. No Brasil, destacam-se o Candomblé e a Umbanda, nos quais os orixás desempenham um papel central. Ao contar histórias que apresentam esses orixás como seres divinos, poderosos, sábios e complexos, essas narrativas desafiam estereótipos racistas que muitas vezes perpetuam uma visão negativa e simplificada da cultura africana. Integrar a contação de histórias de orixás em contextos educacionais é uma maneira eficaz de promover a conscientização sobre a riqueza cultural africana, além de fornecer uma base para discussões sobre diversidade, equidade e justiça social. Dessa forma, o presente artigo tem o objetivo de analisar a prática de contar histórias, especificamente as histórias de orixás, no âmbito educacional, com ênfase no ensino de história, e investigar de que maneira essas histórias podem contribuir para o fortalecimento da luta antirracista e aplicabilidade da lei 10.639/03, que torna obrigatório o ensino de história e culturas africanas e afro-brasileiras nas escolas do Brasil.
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