Paisagens desveladas e (re)criadas pelas artes: o território identitário do Contestado
DOI:
https://doi.org/10.5433/got.2014.v1.20314Palavras-chave:
Geografia e Arte, Território, Guerra do ContestadoResumo
A tradição positivista acabou por distanciar ciência e arte, acusando-a de ser puramente fictícia e de não utilizar procedimentos e métodos ditos científicos. Esta dicotomia não se fundamentou de forma concisa no seio da ciência geográfica, onde os geógrafos tiveram o cuidado em considerar obras literárias enquanto documentos para se estudar regiões, paisagens e lugares. O crescimento da corrente humanista na Geografia propiciou um alavancar mais contundente da relação entre geografia e arte, buscando na poesia, cinema, música, literatura e fotografia, caminhos para se pensar e fazer geografia. Com isto, no presente ensaio, busca-se nas artes (cinema, teatro e pintura) caminhos para desvelar a invisibilidade atual que se verifica a Guerra do Contestado, um dos maiores massacres ocorridos no território sul do Brasil; nesta imbricação entre arte e geografia, busca-se trazer à tona paisagens e territórios vividos, por entre movimentos e cores!
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