Confluência entre os princípios da Filosofia Ubuntu e os princípios do Bem-Viver
DOI:
https://doi.org/10.5433/got.2025.v11.51371Palavras-chave:
princípio, ubuntu, bem-viverResumo
Este artigo é um recorte da Dissertação intitulada Confluência entre Quilombo do Matão e Povo Kaxarari: rios de ancestralidade e modos de vida. Neste artigo expomos a base teórica sobre a filosofia Ubuntu e a cosmovisão indígena do Bem Viver. A Filosofia Africana expressa pelo Ubuntu e o Bem-Viver cujos fundamentos estão na reciprocidade entre as pessoas, na existência da comunidade, da convivência com outros seres e em seu profundo respeito pela terra. Podemos nos adiantar em afirmar que foi a África que ensinou o resto do mundo a fazer filosofia, pois embora a palavra etimologicamente seja grega seu conteúdo e forma nasce da experiência humana, do chão da vida em vista de compreender por tentativas o inexplicável que foi vivenciado pelos filósofos africanos, berço da humanidade. Já o Bem Viver indígena abrange muitas dimensões e significados, pois expressa, ao mesmo tempo, memória e reciprocidade. Por um lado, memória com uma ancestralidade do povo cujo saber continua vivo nas tradições e numa ética de vida que ordena a comunidade; por outro, reciprocidade com a Natureza como microrganismo do organismo Terra. Os autores basilares em nossa exposição será Castiano (2010), Yves Goduka (2000) pela Filosofia Ubuntu e Ailton Krenak (2020) e Salazar (2016) pela cosmovisão do Bem Viver. Desse modo, a filosofia Ubuntu, na experiência do povo bantu, e a filosofia do Bem viver, na cosmovisão dos povos indígenas que habitam a Abya Yala, reconhece a relação entre todos os elementos que compõem um organismo que possibilita a vida e em certa medida seus princípios confluem nos modos de viver e ancestralidade.
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