“Carta aberta aos caloteiros”: relações entre correspondência e imprensa
DOI:
https://doi.org/10.5433/1678-2054.2024vol44n1p112Palabras clave:
Correspondência, Imprensa, Mercado editorial.Resumen
Entre os anos de 1963 e 1995, o contista paulistano João Antônio (1937-1996) se correspondeu com o amigo, também escritor, jornalista e historiador itapirense, Jácomo Mandatto(1933-2009). Os documentos produzidos por essa troca epistolar foram, em sua maioria, doados ao Fundo João Antônio, localizado no CEDAP – Unesp/Assis, no início dos anos dois mil, tendo sido organizados no que se convencionou chamar de “Coleção Jácomo Mandatto”. Dentre as centenas de cartas enviadas pelos correspondentes, este artigo analisa um conjunto no qual o escritor denuncia o que chama de “calote” por parte de grupos com quem estabeleceu parcerias de natureza comercial. Em um tempo em que não existiam as redes sociais ligadas à internet, era preciso muita criatividade para que tais denúncias chegassem ao grande público. Nesse sentido, as cartas tinham papel estratégico, pois permitiam a articulação em rede de escritores e jornalistas Brasil a fora. Analisaremos neste artigo algumas cartas de natureza híbrida, visto que ao mesmo tempo em que são documentos pessoais, também são destinadas ao público. Trata-se das chamadas cartas ostensivas/circulares, cuja função era sair da esfera íntima e alcançar a imprensa. Para tanto, elas eram enviadas para o maior número de correspondentes possível e publicadas em jornais e revistas.
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