Gregório de Matos e a masculinidade do sujeito ressentido
DOI:
https://doi.org/10.5433/1678-2054.2021v40p35Palavras-chave:
Gregório de Matos, Masculino, Desejo, LinguagemResumo
Este estudo pretende abordar como se comporta a voz do masculino diante da recusa feminina, principal mote do poema satírico “Antonia”, de Gregório de Matos. Os críticos literários José Veríssimo (1915), Alfredo Bosi (1992) e Antonio Candido (1999) são unânimes em considerar que, na obra gregoriana, há um tipo de abordagem documental, empírica e confessional. Especialmente, é permitido ao leitor identificar juízos de valores, preconceitos e difamações. De personalidade arrogante e impulsiva, o poeta barroco revela nos seus versos o mais íntimo eu. Em particular, ele declara vaidades, recalques e passionalidades, ocultados sob a aparente superioridade de homem branco, fidalgo e literato. A ideia de masculinidade é uma construção social e, no poema em análise, é construída por um discurso que se opõe ao feminino, degradando-o. Percebe-se que, depois do desdém da prostituta às investidas do nobre amante, a superioridade e honra deste somente são recuperadas pela supremacia da linguagem.Downloads
Referências
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