Encontros afetivos em uma catedral
DOI:
https://doi.org/10.5433/1678-2054.2016v31p8Palavras-chave:
Narrativa contemporânea, Afeto, Alteridade, “Catedral”Resumo
Tomando como ponto de partida discussões sobre estética e política e sobre o poder da literatura, propomos a análise do conto “Cathedral”/ “Catedral”, do escritor estadunidense Raymond Carver, tendo como foco a articulação entre alteridade e afeto. Quatro autores, em especial, serão acionados para fundamentar a discussão: Mario Vargas Llosa, com seus textos sobre a literatura e a vida; Tzvetan Todorov, com suas reflexões sobre o poder da literatura; Jacques Rancière, com sua proposta sobre a partilha do sensível; e Susan Sontag, com sua contribuição sobre a função da arte. Procuraremos valorizar o lugar do afeto na relação de encontro gradativamente construída entre o personagem cego e o narrador, fato que ilustra um processo de tornar-se outro através da potencialidade de afetar e ser afetado. Também daremos especial atenção à metáfora da catedral e à sua relação com o significado da narrativa em termos mais amplos. Argumentamos que o efeito resultante do encontro afetivo, no âmbito do universo diegético, tem grande ressonância sobre o leitor, constituindo-se, portanto, paradigmática do poder da literatura.Downloads
Referências
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