Obínrim: Práxis educativas interseccionais com histórias insurgentes de jovens mulheres negras

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1679-4842.2025.v28.50761

Palavras-chave:

Educação social, Jovens mulheres negras, Interseccionalidade, História oral, Práxis educativas

Resumo

O presente artigo tem como objetivo analisar compreensivamente a práxis educativa denominada Obínrim, a qual se desenvolve fundamentada em abordagens educativas humanizadoras, reflexivas, críticas e interseccionais. Se concentra na partilha de histórias, saberes e fazeres de jovens mulheres negras educandas do Núcleo Afro Odomodê, política pública voltada para a juventude negra do município de Vitória. Utilizando a metodologia de pesquisa da História Oral, empregando os procedimentos metodológicos como: diário de campo, giras, rodas de conversas e escrevivências. O Obínrim, enquanto mecanismo epistemológico, emerge como uma ferramenta que promove uma perspectiva interseccional. Essa abordagem busca integrar aspectos educativos, históricos e sociais na luta pela superação da violência de gênero. Além de apontar as interseções entre racismo e machismo, este artigo também fornece subsídios para o debate em torno das políticas públicas de enfrentamento as discriminações de gênero, raça e classe, contribuindo para a construção de saberes capazes de criar tecnologias de resistência a histórica desumanização e violência enfrentadas pelas jovens mulheres negras.

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Biografia do Autor

Elionice Ferreira Fagundes, Universidade Federal do Espírito Santo

Mestrado em Psicologia Institucional pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).

Jacyara Silva de Paiva, Universidade Federal do Espírito Santo

Doutorado em Educação pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Professora Adjunta da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).

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Publicado

12-11-2025

Como Citar

FAGUNDES, Elionice Ferreira; PAIVA, Jacyara Silva de. Obínrim: Práxis educativas interseccionais com histórias insurgentes de jovens mulheres negras . Serviço Social em Revista, [S. l.], v. 28, n. 1, p. e50761, 2025. DOI: 10.5433/1679-4842.2025.v28.50761. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/ssrevista/article/view/50761. Acesso em: 5 dez. 2025.