Obínrim: Práxis educativas interseccionais com histórias insurgentes de jovens mulheres negras
DOI:
https://doi.org/10.5433/1679-4842.2025.v28.50761Palavras-chave:
Educação social, Jovens mulheres negras, Interseccionalidade, História oral, Práxis educativasResumo
O presente artigo tem como objetivo analisar compreensivamente a práxis educativa denominada Obínrim, a qual se desenvolve fundamentada em abordagens educativas humanizadoras, reflexivas, críticas e interseccionais. Se concentra na partilha de histórias, saberes e fazeres de jovens mulheres negras educandas do Núcleo Afro Odomodê, política pública voltada para a juventude negra do município de Vitória. Utilizando a metodologia de pesquisa da História Oral, empregando os procedimentos metodológicos como: diário de campo, giras, rodas de conversas e escrevivências. O Obínrim, enquanto mecanismo epistemológico, emerge como uma ferramenta que promove uma perspectiva interseccional. Essa abordagem busca integrar aspectos educativos, históricos e sociais na luta pela superação da violência de gênero. Além de apontar as interseções entre racismo e machismo, este artigo também fornece subsídios para o debate em torno das políticas públicas de enfrentamento as discriminações de gênero, raça e classe, contribuindo para a construção de saberes capazes de criar tecnologias de resistência a histórica desumanização e violência enfrentadas pelas jovens mulheres negras.
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