Mensuração de níveis de alfabetismo no nordeste da Bahia (1857-1878)
DOI:
https://doi.org/10.5433/2237-4876.2015v18n2p149Palavras-chave:
Níveis de alfabetismo, Região nordeste da Bahia/Brasil, século XIX, Cultura escrita, História da língua portuguesa.Resumo
Neste artigo, analisam-se, em caráter exploratório, os Registros Eclesiásticos ou Paroquiais de Terras e Livros de Notas de Municípiosdetrês localidades da região Nordeste da Bahia: Bom Conselho(1857–1859), Tucano (1865–1869) e Itapicuru (1875–1878), opondo a assinatura do tipo alfabética versus delegação de assinaturas com as variáveis origem geográfica e sexo dos envolvidos na documentação, com o fim de mensurar os níveis de alfabetismo nessa região da Bahia oitocentista de forma a contribuir com o processo da difusão e das práticas de escrita na sociedade rural baiana no limiar do período não censitário, através da aplicação crítica do chamado método do cômputo de assinaturas a fontes documentais produzidas pela chamada “Lei de Terras”de 1850. Essas fontes alcançam parte da população rural, em específico, os proprietários de terras e oferecem um quadro censitário aproximativo da capacidade para assinar no contexto da regulamentação da terra. Os resultados mostram que a capacidade desse tipo de proprietários que aparecem na documentação é relativamente alta nas localidades analisadas, destacando-se Itapicuru com 86,36%, seguindo de Tucano 50,80% e Bom Conselho com 45,91%, diferindo do restante da população mostrada no Censo de 1872, o que parece indicar se tratar de um grupo específico, com posses, representando uma especialização da escrita e, também, uma escrita majoritariamente escrita por homens (64,08%).O objetivo principal é contribuir com a história da língua portuguesa nos sertões baianos, através de uma das vias propostas por Houaiss (1985), a penetração da línguaescrita no Brasil.Downloads
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