Entre a crônica e a epopeia: Machado de Assis em versos homéricos
DOI:
https://doi.org/10.5433/1679-0383.2015v36n1p63Palavras-chave:
Crônica, Epopeias Homero, Intertextualidade, Literatura Comparada, Machado de Assis.Resumo
O objetivo desse trabalho é mostrar a presença da epopeia clássica, a Ilíada de Homero, na crônica de Machado de Assis, analisar o diálogo intertextual entre Machado de Assis cronista e o poema épico de Homero, levando em consideração o conceito de intertextualidade desenvolvido por Julia Kristeva a partir das concepções filosóficas de Bakhtin. Na crônica do dia 18 de março de 1894 para o jornal Gazeta de Notícias na coluna dominical “A Semana”, Machado de Assis transpõe a epopeia de Homero para sua crônica, reescreve o texto épico para os assuntos cotidianos de sua crônica semanal. Para Tiphaine Samoyault, escrever é reescrever, “repousar nos fundamentos existentes e contribuir para uma criação continuada”, (2008, p. 77) um dos princípios da intertextualidade. Foi observado que a partir da leitura e assimilação do poema clássico, Machado de Assis consegue aproximar gêneros tão distantes, a ponto trazer os versos para sua prosa, deixando-a mais próxima da poesia. Nesse sentido, percebe-se a riqueza das crônicas machadianas, muitas vezes deixadas à margem em favor de seus contos e romances. Além disso, ao dialogar, ao reescrever a epopeia dentro de sua crônica, Machado de Assis parece contribuir para essa “criação continuada”, revivendo a memória da literatura e enfatizando a permanência da obra clássica.Downloads
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