Entre o deliberativo e o agonístico: algumas notas sobre democracia e feminismo em Mouffe e Benhabib

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.5433/1679-0383.2021v42n1p147

Palabras clave:

Teoria política contemporânea, Teoria crítica contemporânea, Feminismo, Teorias democráticas, Teoria social contemporâneaa

Resumen

Pretendemos, com este trabalho, mostrar distinções importantes entre as compreensões que Chantal Mouffe e Seyla Benhabib teriam a respeito de questões como democracia, feminismo, poder, legitimidade, lutas democráticas e a constituição de sujeitos políticos. Sugerimos que estas diferenças estão vinculadas à compreensão agonística que Mouffe teria da política e da sociedade e à compreensão deliberativa de Benhabib sobre tais esferas. Com isto, não queremos esgotar o debate, mas, tão somente, levantar distinções importantes para pensarmos a produção de tais autoras. Tendo isso em vista, pretendemos lançar mão de alguns textos escritos por estas autoras de modo que possamos cumprir as seguintes etapas de trabalho: 1) mostrar alguns pressupostos teóricos que norteiam suas formulações; 2) mostrar alguns desenvolvimentos intelectuais destes pressupostos; 3) fazer uma breve comparação entre os argumentos destacados no ponto anterior na tentativa de indicar algumas conclusões.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Rafael Marino, Universidade de São Paulo - USP

Doutorando em Ciência Política na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP), São Paulo, São Paulo, Brasil. Técnico de Programação Cultural no Serviço Social do Comércio (Sesc), São Paulo, São Paulo, Brasil.

Daniela Costanzo de Assis Pereira, Universidade de São Paulo - USP

Doutoranda em Ciência Política na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, São Paulo, São Paulo, Brasil. Pesquisadora no Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), São Paulo, São Paulo, Brasil.

Citas

ADORNO, T. W. Contribución a la doctrina de las ideologias. In: ADORNO, T. W. Escritos sociológicos I: obra completa 8. Madrid: Akal, 2004. p. 427-447.

ADORNO, T. W. Aspectos. In: ADORNO, T. W. Três estudos sobre Hegel. São Paulo: Ed. Unesp, 2013. p. 124

ALLEN, A. The politics of ouservels: power, autonomy and gender ir contemporany critical theory. New York: Columbia University, 2007.

ALVES, A. R. C. O conceito de hegemonia. Lua Nova, São Paulo, v.2, n. 80, p. 71-96, 2010.

ARATO, A; COHEN, J. Civil society and political theory. Massachusetts: MIT Press, 1992.

ARRUZA, C.; BHATTACHARYA, T.; FRASER, N. Feminismos para os 99%: um manifesto. São Paulo: Boitempo, 2019.

AVRITZER, L. Teoria crítica e teoria democrática. Novos Estudos CEBRAP, São Paulo, n. 53, 167-188, 1999.

BHATTACHARYA, T. O que é a teoria da reprodução social? Revista Outubro, São Paulo, v. 1, n. 32, p. 100-113, 2019.

BENHABIB, S. Breves reflexões sobre o populismo (de esquerda ou de direita). Dissonância: Revista de Teoria Crítica, Campinas, v.3, n. 1, p. 1-13, 2020.

BENHABIB, S. Dignity in adversity: human rights in turbulent times. Cambridge: Polity Press, 2011.

BENHABIB, S. Sexual difference and collective identities: the new global constellation. Signs: Jornal of Women in Culture and Society, Chicago, v. 24, n. 2, p. 335-361, 1999.

BENHABIB, S. Situating the self: gender, community and postmodernism in contemporany ethics. Cambridge: Polity Press, 2007a.

BENHABIB, S. Sobre um modelo deliberativo de legitimidade democrática. In: WERLE, D. L.; MELO, R. (org.). Democracia deliberativa. São Paulo: Singular; Esfera Pública, 2007b. p. 47-79.

BUTLER, J. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

BUTLER, J. The Psychic Life of Power: theories in subjection. Stanford: Stanford University Press, 1997.

CYFER, I. Afinal, o que é uma mulher? Simone de Beauvoir e ‘a questão do sujeito’ na teoria crítica feminista. Lua Nova, São Paulo, n. 94, p. 41-77, 2015.

DERRIDA, J. A escritura e a diferença. São Paulo: Perspectiva, 1995.

ENGELS, F. Fenomenologia do espírito. São Paulo: Boitempo, 2012.

MARX, K.; ENGELS, F. A ideologia alemã. São Paulo: Boitempo, 2009.

MARX, K.; ENGELS, F. Manifesto Comunista. São Paulo: Boitempo, 2010.

FEDERICI, S. Calibã e a bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva. São Paulo: Ed. Elefante, 2017.

FOUCAULT, M. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal, 2012.

GATENS, M. Let’s talk story: gender and the narrative self. Critical Horizons, London, n. 1, v.15, p. 40-51, 2015.

GRAMSCI, A. Cadernos do Cárcere. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2014a. v.3,5.


HABERMAS, J. A nova obscuridade. In: HABERMAS, J. A nova obscuridade: pequenos escritos políticos V. São Paulo: Editora Unesp. 2015. p. 207-239.

HABERMAS, J. Consideração final: de Parsons a Marx, pela mediação de Weber. In: HABERMAS, J. Teoria do agir comunicativo: sobre a crítica da razão funcionalista. São Paulo: Ed. WMF Martins Fontes, 2012. v.2, p. 543-729.

HABERMAS, J. Prefácio à nova edição (1990). In: HABERMAS, J. Mudança estrutural da esfera pública: investigações sobre uma categoria da sociedade burguesa. São Paulo: Ed. Unesp, 2014. p. 35-89.

HEGEL, G.W.F. Fenomenologia do Espírito. Petrópolis: Vozes, 2012.

HORKHEIMER, Max. A Presente Situação da Filosofia Social e as Tarefas de um Instituto de Pesquisas Sociais. Revista Praga, São Paulo, n. 7, p. 121-132, 1999.

HORKHEIMER, M. teoria tradicional e teoria crítica. In: HORKHEIMER, M.; ADORNO, T. Textos Escolhidos. São Paulo: Abril Cultural, 1983. p. 31-68.

JAY, M. A imaginação dialética: história da Escola de Frankfurt e do Instituto de Pesquisas Sociais, 1923-1950. Rio de Janeiro: Contraponto, 2008.

KANT, I. Resposta à pergunta: o que é esclarecimento?. In: KANT, I. O que é o esclarecimento? Rio de Janeiro: Via Verita, 2011. p. 23- 37.

LACAN, J. O estádio do espelho como formador da função do eu. In: LACAN, J. Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998. p. 96-104.

LACLAU, E.; MOUFFE, C. Hegemony and Socialist strategy. Londres: Verso Books, 2001.

LENIN, V. I. O Estado e a revolução: o que ensina o marxismo sobre o Estado e o papel do proletariado na Revolução. São Paulo: Expressão Popular, 2010.

MELO, R. Marx e Habermas: teoria crítica e os sentidos da emancipação. São Paulo: Saraiva, 2013.

MELO, R. Repensando a esfera pública: esboço de uma teoria crítica da democracia. Lua Nova, São Paulo, n. 94, p. 11-39, 2015.

MELLUCCI, A. The symbolic challeng of contemporany movements. Social Research, New York, n. 52, p. 789 -816, 1985.

MIGUEL, L. F. Democracia e representação: territórios em disputa. São Paulo: Ed. Unesp, 2014.

MOUFFE, C. O regresso do político: trajectos. Lisboa: Gradiva, 2000.

MOUFFE, C. Por um modelo agonístico de democracia. Revista de Sociologia e Política, Curitiba, n. 25, p. 11-23, nov. 2005.

MOUFFE, C. Por um populismo de esquerda. São Paulo: Autonomia Literária, 2019.

NOBRE, M. A teoria crítica. Rio de Janeiro: Zahar, 2004.

NOBRE, M. Fecho. In: NOBRE, M. A dialética negativa de Theodor W. Adorno: a ontologia do estado falso. São Paulo: Iluminuras, 1998. p. 179-187.

NOBRE, M. Introdução: modelos de teoria crítica. In: NOBRE, M. Curso livre de teoria crítica. Campinas: Papirus, 2015. p. 9-21.

NOBRE, M. Prefácio. In: MELO, R. Marx e Habermas: teoria crítica e os sentidos da emancipação. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 13-23.

OAKESHOTT, M. On being conservative. In: OAKESHOTT, M Rationalism in politics and other essays. 2nd ed. Indianapolis: Liberty Fund, 1991. p. 407-437. Disponível em: http://www.geocities.com/Heartland/4887/conservative.html. Acesso em: 20 maio 2020.

POLLOCK, F. State Capitalismo: its possibilities and limitations. In: ARATO, A.; GEBHART, E. The Essential Frankfurt reader. New York: Urizen Books, 1985. p. 71- 95.

RICUPERO, B. Caio Prado Jr. e a nacionalização do marxismo no Brasil. São Paulo: Ed. 34, 2000.

RUGITSKY, F. Friedrich Pollock: limites e possibilidades. In: NOBRE, M. (org.). Curso livre de teoria crítica. Campinas: Papirus, 2015. p. 53-73.

SCHMITT, Carl. O conceito do político: teoria do partisan. Belo Horizonte: Del Rey Editora, 2009.

SKINNER, Q. Retrospect: studying rhetoric and conceptual change. In: SKINNER, Q. Vision of Politics: regarding method. Cambridge: Cambridge University Press, 2002. v.1, p. 175-188.

Publicado

2021-05-28

Cómo citar

MARINO, Rafael; PEREIRA, Daniela Costanzo de Assis. Entre o deliberativo e o agonístico: algumas notas sobre democracia e feminismo em Mouffe e Benhabib. Semina: Ciências Sociais e Humanas, [S. l.], v. 42, n. 1, p. 147–166, 2021. DOI: 10.5433/1679-0383.2021v42n1p147. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/seminasoc/article/view/41351. Acesso em: 24 nov. 2024.

Número

Sección

Artigos Seção Livre

Artículos similares

También puede {advancedSearchLink} para este artículo.