Institucionalização do trabalho artesanal: classe social e identificação cultural em França e Brasil

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.5433/1679-0383.2019v40n1p103

Palabras clave:

Classe social, Identificação cultural, Trabalho artesanal, França, Brasil.

Resumen

O artigo tem por objetivo a análise comparada da institucionalização do trabalho artesanal nos países de Brasil e França. Nesse sentido, se apresenta uma reflexão social comparada de duas trajetórias da institucionalização do artesanal em condições sociais, culturais e laborais diferentes no processo do desenvolvimento do capital. Na primeira parte explica-se a definição do trabalho artesanal e as dimensões técnicas, simbólicas e sociais que constituem o objeto da pesquisa. Na segunda parte, apresenta-se a metodologia de análise de estudo comparada dos países, baseado no modelo de análise multigrupo. Nos resultados se apresenta a institucionalização do trabalho artesanal nos dois países, explicando o processo de diferenciação nas dimensões de identidade cultural, a classe social e da classificação das ocupações. Por último, realiza-se uma reflexão sobre as problemáticas de diferenciação e homogeneização do trabalho artesanal na globalização.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Daniel Roberto Vega Torres, Fundación Universitaria Juan de Castellanos

Doutor em Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Docente investigador - Fundación Universitaria Juan de Castellanos - Boyacá, Colômbia

Citas

ARAÚJO, A. Brasil: historias, costumes e lendas. São Paulo: Editora Três, 1987.

BANKS, M. Craft labour and creative industries. International Journal of Cultural Policy, Surrey, v. 16, n. 3, p. 305-321, 2010.

BARBALHO, A. Estado autoritario brasileiro e cultura nacional: entre a tradição e a modernidade. Revista da Associação Psicanalítica de Porto Alegre: APPOA, n. 19, 2000.

BORBA, H.; RODRIGUES, A. Cerâmica popular do Nordeste. Rio de Janeiro: Campanha de defesa do folclore brasileiro, 1969.

BOURDIEU, P. A economia das trocas simbólicas. São Paulo: Perspectivas, 2007.

BOUTILLIER, S.; FOURNIER, C.; PERRIN, C. (dir.). Le temps des artisans: permanences et mutations. Marché et Organisations, Dunquerque, n. 24, 2015.

BRANDÃO, A. As cuias de Santarém. In: BRANDÃO, A. Recortes de folclore. Araçatuba: USP, 1956. p. 79-82.

BRASIL. Decreto nº 80.098, de 8 de agosto de 1977. Institui o Programa Nacional de Desenvolvimento do Artesanato e dá outras providências. Brasília: Presidência da República, 1977. Disponível em: http://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/114767/decreto-80098-77. Acesso em: 15 set. 2015.

BRASIL. Decreto nº 83290 de 1979. Dispõe sobre a classificação de produtos artesanais e identificação profissional do artesão e dá a outras providências. Brasília: Presidência da República, 1979. Disponível em: http://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/114720/decreto-83290-79. Acesso em: 15 set. 2015.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Indústria e Commercio. Recenseamento do Brazil: indústria. Rio de Janeiro: Typ. da Estatística, 1927. v. 5.

CALDAS, I. A. Visibilidade do trabalho das mulheres Ticunas da Amazônia. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 15, n. 2, 2007.

CHAUÍ, M. Brasil: mito fundador e sociedade autoritária. São Paulo: Editora Perseu Abramo, 2000.

CINELLI, M. A inter-relação do artesanato tradicional com a mata atlântica e seus ecossistemas associados na rota turística do verde e das águas. Revista Brasileira de Ecoturismo, São Paulo, v. 3, n. 1, 2010.

COSTA, L. O dilema brasileiro da desigualdade social. In: SOUZA, M.; COSTA, L. C. Sociedade e cidadania: desafios para o século XXI. Ponta Grossa: Ed. UEPG, 2005. p. 165-193.

DAVIDOV, E. MEULEMAN, B.; CIECIUCH, J.; SCHMIDT,P.; BILLIET, J. Measurement equivalence in cross-national research. Annual Review of Sociology, Palo Alto, v. 40, p. 55-75, 2014.

ELDER, J. Comparative cross-national methodology. Annual Review of Sociology, Palo Alto, v. 2, p. 209-230, 1976.

HOWKINS, J. The creative economy: how people make money from ideas. New York: The Penguin Press, 2001.

HUNOLD, S. Escravidão, cidadania e história do trabalho no Brasil. Projeto Historia, São Paulo, v. 16, p. 25-38, 1998.

KELLER, P. Trabalho artesanal e cooperado: realidades, mudanças e desafios. Sociedade e Cultura, Goiânia, v. 14, n. 1, p. 29-40, 2011.

KLAMER, A. Crafting culture: the importance of craftsmanship for the world of the arts and the economy at large. Rotterdam: Erasmus University Rotterdam, 2012. Work paper.

LESSA, C. O estado do bem-estar social na idade da razão: a reinvenção do estado social no mundo contemporâneo. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.

LIMA, A. M. Saúde e segurança do trabalhador do barro em arranjos produtivos locais: o caso do artesanato de barro nos bairros olarias e Poti Velho na cidade de Teresina – Piauí. 2011. 190 f. Tese (Doutorado) - Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, 2011.

MARX, K. Teorías sobre la plusvalía I, Tomo IV de El Capital. México: FCE, 1980.

MAZAUD, C. Entre le métier et l’entreprise Renouvellement et transformations de l’artisanat français. 2009. Tese (Doutorado em Sociologia) - Université de Nantes, Nates, 2009.

MELLO, C. I; FROELHICH, J. M. Artesanato tradicional rural e desenvolvimento territorial no Brasil : uma análise do estado da arte. Antropolítica: Revista Contemporanea de Antropologia, Niterói, v. 39, p. 150-182, 2015.

MENDONÇA, A. F. Aspectos históricos do artesanato do Rio Grande do Norte. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE PROFESSORES DE HISTÓRIA, 1967, São Paulo. Anais [...]. São Paulo: USP, 1967.

PERRIN, C. Entre glorification et abandon. L’Etat et les artisans en France (1938-1970). Vincennes: Institut de la Gestion Publique et du Développement Économique, 2007. (Comité pour l’histoire économique et financière de la France).

RAMOS, G.; MUYLDER, C.; FREIRE, D. O artesão e o empreendedorismo: um estudo bibliométrico da produção acadêmica em eventos ENANPAD de 1999 a 2008. RMS: Revista Metropolitana De Sustentabilidade, São Paulo, v. 4, n. 1, p. 77-94, 2014.

RODRIGUES, L. Trabalhadores, sindicato e industrialização. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisas Sociais, 2009.

SCRASE, T. Precarious production: globalisation and artisan labour in the third world. Third World Quarterly, London, v. 24, n. 3, p. 449-461, 2010.

SERAINE, A. Ressignificação produtiva do setor artesanal na década de 1990: o encontro entre artesanato e empreendedorismo. 2009. Tese (Doutorado) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2009.

SILVA, N. V. Posição social das ocupações. Rio de Janeiro: IBGE, 1974.

SILVER, B. Forças do trabalho: movimentos de trabalhadores e globalização desde 1870. São Paulo: Boitempo, 2005.

SMITH, N. Desenvolvimento desigual. Rio de Janeiro: Bertrand, 1988.

SOLLBERGER, L. Artesanato urbano: do objeto alternativo à alternativa econômica. 1988. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) - Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1988.

SULAIMAN, I. F.; HASHIM, C. N.; IBRAHIN, M. B. HASSAN, S. S. OLUWATOSIN, O. S. Impact of creativity to organizational competitiveness. International Journal of Humanities and Social Science, Los Angeles, v. 5, n. 8, p. 106-113, 2015.

THELEN, K. How institutions evolve: insights from comparative historical analysis. In: MAHONEY, J.; RUESCHEMEYER, D. Comparative analysis in the social sciences. New York: Cambridge University Press, 2003. p. 208-240.

VEGA, D. Campo artesanal e produção acadêmica: artesanato e artesãos no Brasil. Revista Cesumar: Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, Maringá, v. 21, n. 2, p. 385-405, 2016.

VEGA, D. Restructuring of craftwork in the globalization of capital: analysis of economic and political characteristics in Brazil. International Journal of Sociology and Anthropology, New Delhi, v. 9, n. 8, p. 103-113, 2017.

ZARCA, B. Artisanat et trajectoires sociales. Actes de la Recherche en Sciences Sociales, Paris, v. 29, p. 3-26, sept. 1979.

Publicado

2019-05-15

Cómo citar

VEGA TORRES, Daniel Roberto. Institucionalização do trabalho artesanal: classe social e identificação cultural em França e Brasil. Semina: Ciências Sociais e Humanas, [S. l.], v. 40, n. 1, p. 103–120, 2019. DOI: 10.5433/1679-0383.2019v40n1p103. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/seminasoc/article/view/34890. Acesso em: 3 nov. 2024.

Número

Sección

Artigos Seção Livre

Artículos similares

También puede {advancedSearchLink} para este artículo.