Apagamento dos róticos em coda silábica no falar londrinense: um estudo com dados do Projeto Covid-19: Experiências e Relatos
DOI:
https://doi.org/10.5433/1679-0383.2023v44n2p245Palavras-chave:
Sociolinguística, Róticos, Apagamento, Coda silábicaResumo
Entendendo que o conhecimento sobre variação linguística colabora para eliminar o preconceito, promover o respeito à diversidade e propiciar a inclusão, o presente trabalho tem como objetivo investigar o apagamento[1] do /R/ em coda silábica no falar culto dos moradores de Londrina e Região Metropolitana, a partir dos dados de oito entrevistas do Projeto Covid-19: Experiências e Relatos e dos pressupostos teórico-metodológicos da Sociolinguística Variacionista (Labov, 2008). A variável em estudo corresponde à não realização do /R/ em coda silábica versus a realização desse segmento. Os contextos estudados foram: cidade de residência, cidade de origem, faixa etária, sexo, trecho da entrevista, posição do R na coda silábica, número de sílabas, classe gramatical, vogal da sílaba alvo, contexto seguinte, tonicidade da sílaba alvo e se houve ressilabação. A classe dos verbos, as vogais posteriores arredondadas, as mulheres e os mais jovens foram as variáveis mais favoráveis à aplicação da regra de apagamento dos róticos no falar dos entrevistados, segundo os resultados. A partir desses dados, hipotetizamos uma mudança em progresso quanto à apócope do /R/ em coda silábica externa de verbos em contexto menos monitorado, conforme destacam Almeida e Kailer (2020), e de que essa variante possivelmente não sofre estigma social.
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