Divórcio dos pais: sentimentos e percepções das crianças

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1679-0383.2020v41n1p19

Palavras-chave:

Parentalidade, Criança, Divórcio, Brinquedo. Psicanálise

Resumo

Nas últimas décadas têm-se observado o surgimento de novas configurações familiares, principalmente no início do século XXI, com reconhecimento da união estável, do divórcio e, consequentemente, o surgimento de famílias reconstituídas. Contudo, os processos de divórcios e/ou dissoluções conjugais acarretam consequências para o ex-casal e também para os filhos. Neste sentido, este estudo empírico e de abordagem qualitativa objetivou analisar as percepções e sentimentos das crianças acerca do divórcio dos pais, expressos por meio da construção de objetos lúdicos, durante o desenvolvimento de cinco “Oficinas de Crianças”, do projeto de extensão “Oficinas de Parentalidade”, em que participaram 22 crianças.Verificou-se que o brincar e os brinquedos auxiliaram na possível elaboração de sentimentos como raiva, medo de abandono e culpa, além de constatar as principais consequências advindas do divórcio e estratégias de enfrentamento utilizadas por estas crianças. Notou-se também que a “Oficina de Crianças” se revelou como um espaço acolhedor e fortalecido para a possível elaboração de tais vivências.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Camila Dias de Abreu, Universidade Federal do Triângulo Mineiro

Graduada em Psicologia pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Minas Gerais, Brasil

Liniker Douglas Lopes da Silva, Universidade Federal do Triângulo Mineiro

Mestrado em Psicologia pelo Programa de Pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal do Triângulo Mineiro,
Minas Gerais, Brasil

Luciana Maria da Silva, Universidade Federal do Triângulo Mineiro

Doutorado em Psicobiologia pela Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, Brasil. Professora do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Minas Gerais, Brasil.

Referências

AFONSO, T.; SILVA, S. S. D. C., PONTES, F. A. R.; KOLLER, S. H. O uso do diário de campo na inserção ecológica em uma família de uma comunidade ribeirinha amazônica. Psicologia & Sociedade, Belo Horizonte, v. 27, n. 1, p. 131-141, 2015. Doi: http://dx.doi.org/10.1590/1807-03102015v27n1p131.

ARPINI, D. M.; CÚNICO, S. D.; ALVES, A. P. Paternidade: o ponto de vista de profissionais que atuam em varas de família. Pensando Famílias, Porto Alegre, v. 20 n. 1 p. 29-42, 2016. Disponível em: https://bit.ly/2TbWSna. Acesso em: 13 out. 2019.

AZAMBUJA, M. R. F.; LARRATÉA, R. V.; FILIPOUSKI, G. R. Guarda compartilhada: a justiça pode ajudar os filhos a ter pai e mãe? In: SOUZA, I. M. C. C. (coord.). Parentalidade: análise psicojurídica. Curitiba: Juruá, 2009. p. 69-99.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2011.
BORDONI, J. D. A.; TONET, L. As oficinas de pais e filhos como instrumento para coibir a alienação parental. Themis: Revista da Esmec, Fortaleza, v. 14, p. 105-129, 2016. Disponível em: https://bit.ly/363deDS. Acesso em: 2 out. 2018.

BRAGA, J. C. O.; FUKS, B. B. Indenização por abandono afetivo: a judicialização do afeto. Tempo Psicanalítico, Rio de Janeiro, v. 45, n. 2, p. 303-321, 2013. Disponível em: https://bit.ly/3dS0C52. Acesso em: 2 out. 2018.

BRITO, L. M. T. Família pós-divórcio: a visão dos filhos. Psicologia: Ciência e Profissão, Brasília, v. 27, n. 1, p. 32-45, 2007. Disponível em: https://bit.ly/3cBFCQ0. Acesso em: 2 out. 2018.

CLARKE, J. O melhor dos dois ninhos. Blumenau: Todolivro, 2012.
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Oficina de pais e filhos: cartilha do instrutor. Brasília: CNJ, 2016. Disponível em: https://bit.ly/2WDLbYD. Acesso em: 2 out. 2018.

CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Turminha do Enzo: meus pais não moram mais juntos. E agora? Brasília: CNJ, 2015. Disponível em: https://bit.ly/3cEpD3C. Acesso em: 2 out. 2018.

COSTA, D. A. O.; GOMES, F. J. D. O afeto nas relações de pais e filhos e suas consequências em caso de omissão na vida de um filho. ETIC: Encontro de Iniciação Científica, Presidente Prudente, v. 13, n. 13, p. 15-17, 2017. Disponível em: https://bit.ly/2WBfDlV. Acesso em: 2 out. 2018.

COSTA, T. Psicanálise com crianças. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008.

CRUZ, D. C. M.; SANTANA, E. C.; BARBOSA, L. P.; SILVA, S. Q. C.;SILVA, S. R. S.; BARBOSA, V. L. Divórcio dos pais: até que ponto isso interfere negativamente nos filhos que estão em fase de desenvolvimento. Cadernos de Graduação: Ciências Humanas e Sociais, Aracaju, v. 1, n. 17, p. 129-134, 2013. Disponível em: https://bit.ly/2y5sCTw. Acesso em: 2 out. 2018.

FÉRES-CARNEIRO, T.; MAGALHÃES, A. S. A parentalidade nas múltiplas configurações familiares contemporâneas. In: MOREIRA, L. V. C.; RABINOVICH, E. P. (org.). Família e parentalidade: olhares da psicologia e da história. Curitiba: Juruá, 2011. p. 117-134.

FERREIRA, L. J. C. A alienação parental e as consequências sociais e jurídicas para as crianças e os adolescentes. 2015. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Direito) - Universidade Tiradentes, Aracaju, 2015.

GOLDSMID, R.; FÉRES-CARNEIRO, T. Relação fraterna: constituição do sujeito e formação do laço social. Psicologia USP, São Paulo, v. 22, n. 4, p. 771-788, 2011. Doi: http://dx.doi.org/10.1590/S0103-65642011005000031.

GRIGORIEFF, A. G.; NÜSKE, J. P. F. Convivência parental: a qualidade das vivências primordiais na constituição psíquica. Diaphora: Revista da Sociedade de Psicologia do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, v. 15, n. 2, p. 8-12, 2015. Disponível em: https://bit.ly/365D5Ld. Acesso em: 2 out. 2018.

KLEIN, M. A psicanálise de crianças. Rio de Janeiro: Imago, 1997.
LAPLANCHE, J.; PONTALIS, J. B. L. Vocabulário da psicanálise. São Paulo: Martins Fontes, 2016.

LEITE, D. E. M.; OLIVEIRA NETA, M. R. Síndrome da alienação parental-SAP: o resultado de uma guerra familiar. Direito & Realidade, Monte Carmelo, v. 4, n. 2, p. 46-71, 2016. Disponível em: https://bit.ly/365Ya8p. Acesso em: 13 out. 2019.

OLIVEIRA, J. L. A. P.; CREPALDI, M. A. Relação entre o pai e os filhos após o divórcio: revisão integrativa da literatura. Actualidades en Psicología, Lisboa, v. 32, n. 124, p. 91-109. 2018. Doi: https://doi.org/10.15517/ap.v32i124.29021

PEREIRA, M. C.; LIRA, P. P. B.; PEDROSA, M. I. Observando brincadeiras e conversando com crianças sobre família. In: MOREIRA, L. V. C.; RABINOVICH; E. P. (org.). Família e parentalidade: olhares da psicologia e da história. Curitiba: Juruá, 2011. p. 41-62.

SANTOS, E. P.; CRUZ, D. C. M.; SANTANA, E. C. de; BARBOSA, L. P.; CRUZ SILVA, S. Q. da; SILVA, S. R. S.; BARBOSA, V. L. Divórcio dos pais: até que ponto isso interfere negativamente nos filhos que estão em fase de desenvolvimento. Caderno de Graduação: Ciências Humanas e Sociais-UNIT, Aracaju, v. 1, n. 3, p. 124-134, 2013.

SANTOS, M. M. S. Os efeitos do divórcio na família com filhos pequenos. 2013. https://bit.ly/3cF1idQ. Disponível em: Acesso em: 13 out. 2019.

SANTOS, M. R. R. O sofrimento da criança na vivência da disputa de guarda no contexto da justiça. Revista Portuguesa de Pedagogia, Coimbra, v. 48, n. 1, p. 25-37, 2014. Doi: http://dx.doi.org/10.14195/1647-8614_48-1_2.

SCHNEEBELI, F. C. F.; MENANDRO, M. C. S. Com quem as crianças ficarão? Representações sociais da guarda dos filhos após a separação conjugal. Psicologia & Sociedade, Belo Horizonte, v. 26, n. 1, p. 175-184, 2014.

SILVA, A. H.; FOSSÁ, M. I. T. Análise de conteúdo: exemplo de aplicação da técnica para análise de dados qualitativos. Qualit@s Revista Eletrônica, Campina Grande, v. 16, n. 1 p. 1-14, 2015.
Disponível em: https://bit.ly/2LAZxmg. Acesso em: 2 out. 2018.

SILVA, D. F. A criança fala ao brincar. In: CONGRESSO DE PESQUISA E EXTENSÃO DA FACULDADE DA SERRA GAÚCHA, 3., 2015, Caxias do Sul. Anais [...]. Caxias do Sul: Faculdade da Serra Gaúcha, 2015. v. 3, n. 3, p. 1057-1066. Disponível em: https://bit.ly/2WA7JcB. Acesso em: 2 out. 2018.

SILVA, L. M.; SOUZA ARAGÃO, A.; MORAIS SILVA, L. C.C.; JULIÃO, C. H.; DE LAVOR, M. D. D.; OLIVEIRA CHAGAS, L. M.; GOMES, L. C. S. Oficinas de parentalidade. Participação, Brasília, n. 27, p. 18-26, 2015. Disponível em: https://bit.ly/3dShGYS. Acesso em: 2 out. 2018.

SOUSA, P. A.; ANDRADE, E. P.; ANDRADE, E. P. O brincar na perícia judicial: entre o não-dito e o melhor interesse da criança. ENCONTRO INTERNACIONAL DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES, 9., 2016, Aracaju. Anais [...]. Aracaju: Universidade Tiradentes, 2016. v. 9, p. 1-10. Disponível em: https://bit.ly/2WCkF1F. Acesso em: 2 out. 2018.

SOUZA, A. S. L. Existe um lugar para os pais reais: reflexões sobre o lugar dos pais e do analista real na psicanálise de orientação kleiniana. Estilos da Clinica, São Paulo, v. 17, n. 2, p. 278-289, 2012. Disponível em: https://bit.ly/2ZbN3cG. Acesso em: 2 out. 2018.

SOUZA, A. S. L. Melanie Klein e o brincar levado a sério: rumo à possibilidade de análise com crianças. In: GUELLER, A. S.; SOUZA, A. S. L. (org.). Psicanálise com crianças: perspectivas teórico-clínicas. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2008. p. 123-134.

SOUZA, A. S. L. Reflexões sobre a transferência na análise de crianças: o enfoque Kleiniano. In: GULLER, A. S.; SOUZA, A. S. L. (org.). Psicanálise com crianças: perspectivas teórico-clínicas. 2. ed. São Paulo https://bit.ly/2WBfDlV: Casa do Psicólogo, 2008. p. 189-200.

TURATO, E. R. Tratado da metodologia da pesquisa clínico-qualitativa. Rio de Janeiro: Vozes, 2011.

Downloads

Publicado

30.04.2020

Como Citar

ABREU, Camila Dias de; SILVA, Liniker Douglas Lopes da; SILVA, Luciana Maria da. Divórcio dos pais: sentimentos e percepções das crianças. Semina: Ciências Sociais e Humanas, [S. l.], v. 41, n. 1, p. 19–32, 2020. DOI: 10.5433/1679-0383.2020v41n1p19. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/seminasoc/article/view/38186. Acesso em: 27 dez. 2024.

Edição

Seção

Dossiê