Hábitos alimentares e fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis em caminhoneiros de uma cooperativa agropecuária
DOI:
https://doi.org/10.5433/1679-0367.2023v44n1p15Palavras-chave:
Saúde do Trabalhador, Estado Nutricional, Doença CrônicaResumo
Introdução: motoristas de caminhão possuem uma jornada de trabalho que pode favorecer o estilo de vida não saudável, tais como hábitos alimentares inadequados e sedentarismo. Esses fatores são desencadeadores de riscos cardiovasculares e incidência de doenças crônicas metabólicas nesses profissionais.
Objetivo: investigar os hábitos alimentares e fatores de risco relacionados a doenças crônicas não transmissíveis em caminhoneiros de uma cooperativa agropecuária no Distrito Federal, Brasil.
Métodos: dados foram coletados em formulários com perguntas sobre hábitos alimentares, questionário de frequência alimentar, patologias e histórico familiar. Avaliação antropométrica feita com aferição do peso, estatura, circunferência da cintura e abdominal.
Resultados: participaram 40 motoristas com idade média de 42 anos e maioria (62,5%) com mais de 10 anos de profissão. Relataram fazer em média 4 refeições, sendo o almoço a mais frequente, realizado em maior parte do tempo em restaurantes ou churrascarias. Os hábitos alimentares foram inadequados em 62,5% dos participantes, destacando-se o alto consumo de refrigerante, suco artificial, carne bovina e salgado frito. O consumo de frutas e hortaliças também foi inadequado. A maioria se encontra com sobrepeso ou obesidade (75%) e apresenta risco cardiovascular pela circunferência de cintura e abdômen (72,5%). Porém, poucos relataram presença de doenças crônicas como hipertensão (17,5%), dislipidemia (5%) e diabetes (5%), apesar de prevalente no histórico familiar.
Conclusão: os caminhoneiros possuem riscos para alimentação inadequada e para doenças cardiovasculares e metabólicas, necessitando de suporte aos cuidados da saúde e alimentação.
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