Caracterização dos Pigmentos e Materiais do Corpo Original e dos Acréscimos do Livro de Horas 50,1,1 da Biblioteca Nacional
DOI:
https://doi.org/10.5433/1679-0375.2023.v44.47965Palavras-chave:
livros de horas, pigmentos, análises não-invasivas, caracterização material, autenticidadeResumo
A Biblioteca Nacional brasileira possui em sua coleção um luxuoso livro de horas de proveniência da Real Biblioteca de Portugal, que por longo tempo se acreditou ter sido feito pelo pintor italiano Spinello Spinelli para o Rei D. Fernando I (1345-1383) em 1378. Isso se deve às informações do seu colofão, além de à presença de um brasão da coroa portuguesa no fólio de abertura. Segundo estudos recentes, este é um exemplar de um grupo raro de livros de horas flamengos de ca. 1460 para uso inglês – gerando questões sobre sua origem, datação, destinatário e percurso. Para colaborar nessa investigação, foi proposto um estudo de caracterização material por meio de análises não-invasivas: microscopia óptica (OM), fluorescência de raios X (XRF) e espectroscopia de refletância por fibra óptica (FORS). Foram identificados os seguintes pigmentos e materiais: branco de chumbo, mínio, vermelhão, amarelo de chumbo e estanho, azurita, malaquita, laca de pau-brasil, tintas ferrogálicas e metais em folha ou pó, como ouro e prata; além disso, a identificação do lápis-lazúli, do bolo armênio e de uma segunda laca orgânica vermelha no colofão foi decisiva para corroborar a tese dos historiadores da arte, confirmando o período de produção do corpo original do manuscrito (séc. XV) e que o colofão e o brasão são adições posteriores. Além disso, revelou-se que o brasão fora sobreposto a um brasão anterior.
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