Diferenças de temperatura mínima entre o abrigo meteorológico e a relva em noites com geadas

Resumo

Em noites de geada de radiação ocorre um fenômeno denominado de inversão térmica, em que há o acúmulo do ar mais frio e denso nas camadas de ar mais próximas ao solo. Isto resulta em um gradiente de temperatura, com diferenças entre o abrigo meteorológico e a relva que variam dependendo das condições de resfriamento. Conhecer essa diferença de temperatura auxilia na tomada de medidas preventivas contra as geadas de radiação, assim como na estimativa da probabilidade de ocorrência. Neste contexto, o objetivo desse trabalho foi verificar o ajuste de diferentes distribuições de probabilidade para determinar a diferença entre a temperatura mínima medida no abrigo meteorológico e a temperatura de relva abaixo de 0°C para oito regiões do Estado do Paraná, bem como a probabilidade de ocorrência das diferenças e ajustar equações de estimativa da temperatura de relva a partir da temperatura mínima do ar. Foram calculadas as diferenças de temperatura entre o abrigo e a relva e posteriormente foram ajustadas distribuições de probabilidade de ocorrência das diferenças, com a finalidade de determinar os riscos por intervalos de diferenças de temperatura. E, por fim, foram ajustadas equações de estimativa da temperatura de relva a partir da temperatura mínima de abrigo. Foram constatados gradientes médios de temperatura mínima entre o abrigo e a relva variando de 4,2 a 6,3°C nas regiões analisadas. A diferença média de temperatura medida no abrigo meteorológico e a relva para o Estado do Paraná foi de 5°C. O modelo probabilístico de distribuição Normal é o mais indicado para a determinação da probabilidade de ocorrência das diferenças entre a temperatura de abrigo e de relva para o Estado do Paraná. As condições de relevo e clima regionais influenciam na magnitude do gradiente de temperatura mínima medida no abrigo meteorológico e na relva. As equações de estimativa podem ser úteis para determinar a temperatura de relva com base na temperatura mínima do ar, para períodos nos quais há a ausência desses dados e, assim, dar subsídio para estudos de análise de risco de geadas. Os resultados da análise são empíricos e as equações devem ser utilizadas nas regiões nas quais elas foram ajustadas, para maior precisão.