Modelo de Cox-Gompertz para análise do tempo de permanência em um rebanho de cabras da raça Anglonubiana
DOI:
https://doi.org/10.5433/1679-0359.2021v42n5p2937Palavras-chave:
Censura, Descarte, Escore de condição corporal, Famacha, OPG.Resumo
Os caprinos da raça Anglonubiana apresentam-se rústicos com adaptabilidade a ambiente tropical, onde sua exploração ocorre geralmente em pasto. Entretanto, condições climáticas desse ambiente favorecem também o endoparasitismo, implicando num aspecto negativo se a sensibilidade a verminoses interferir reduzindo a duração da vida reprodutiva de fêmeas, pois a permanência delas no rebanho é uma característica de grande importância para a maior eficiência da caprinocultura. Neste contexto, objetiva-se com este estudo utilizar a metodologia de análise de sobrevivência com modelo de riscos proporcionais de Cox-Gompertz para avaliação do tempo permanência no rebanho, relacionando a saída da fêmea por morte tendo a verminose como a principal causa, em relação a outras formas de descarte, utilizando-se informações de 101 cabras da raça Anglonubiana nascidas no período de 2009 a 2013 em reba nho experimental localizado em Teresina-Piauí. O modelo de riscos proporcionais de Cox-Gompertz, elegeu como covariáveis importantes (p-valor maior menor 10%): o escore da condição corporal (ECC), o peso ao nascer (PN) e a estação de nascimento (EN). O ECC se apresentou como fator favorável a maior permanência das cabras no rebanho. Não foram significativos o OPG, idade ao primeiro parto, tipo de nascimento e idade da mãe. O modelo de riscos proporcionais de Cox-Gompertz se mostra adequado no ajuste do modelo estatístico para estimar o tempo de permanência no rebanho, com censura relacionada a endoparasitismo em cabras da raça Anglonubiana.Downloads
Referências
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