Efeitos do incremento de fibra dietética sobre digestibilidade, desempenho e características de carcaça: II. fêmeas suínas em prépuberdade e puberdade

Resumo

Fêmeas suínas destinadas à reprodução devem seguir um plano de restrição alimentar objetivando controlar excessiva ingestão calórica. Emprego de alimentos volumosos, devido ao seu alto teor de fibra, fornece menor aporte de energia para suínos. Esta estratégia alimentar contorna o problema da acumulação excessiva de gordura corporal. Objetivando estudar estes aspectos, fêmeas pré-púberes e púberes foram alimentadas com rações isoenergéticas e isoprotéicas contendo 0; 6,6; 13,2 e 19,8% de fibra em detergente neutro (FDN), obtidas pela inclusão de feno de coast-cross. Vinte marrãs mestiças foram empregadas em um delineamento experimental de blocos casualizados, que durou 97 dias. Após, os animais foram sacrificados. O incremento de FDN na ração diminuiu o ganho de peso linearmente (0,675; 0,607; 0,525; 0,483 g/dia); o peso corporal ao primeiro cio útil (118,0; 114,0; 102,2; 98,2 kg) e piorou a conversão alimentar (3,6; 4,0; 4,7; 5,3). Observou-se resposta quadrática na espessura de toucinho (3,28; 3,34; 2,82; 1,74 cm). Não houve efeito sobre a idade de ocorrência do primeiro cio útil (203 dias) e no rendimento de carcaça quente; entretanto, foram obtidas respostas quadráticas para o rendimento de carcaça fria (79,79; 80,24; 79,58; 77,40%) e de carne magra (54,45; 54,35; 55,51; 58,31%). Níveis crescentes de FDN reduziram linearmente os coeficientes de digestibilidade da matéria seca (76,23; 67,23; 55,83; 55,73%) e da fibra em detergente neutro (56,63; 44,24; 34,17; 39,12%); houve respostas quadráticas para a proteína bruta (72,16; 64,46; 53,52; 62,74 %) e energia bruta (71,95; 61,23; 49,21; 53,81%). A condição corporal necessária para fêmeas reprodutoras não foi prejudicada pelo oferecimento de ração fibrosa durante as fases de pré-puberdade e puberdade.