Limites e possibilidades na gestão pública: a natureza jurídica de fundações públicas municipais

Autores

  • Ivanilson da Silva Marinho Universidade de Gurupi
  • Lina Maria Gonçalves UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS http://orcid.org/0000-0002-9859-1309
  • Elvio Quirino Pereira Universidade Federal do Tocantins

DOI:

https://doi.org/10.5433/2178-8189.2019v23n3p82

Palavras-chave:

Fundações Públicas, Autarquias, Autonomia Universitária, Lei de Responsabilidade Fiscal.

Resumo

A atual vinculação das contas públicas das Universidades Municipais às de seus municípios gera graves problemas de ordem técnica e institucional. Além de impedir a autonomia universitária, na gestão dos recursos advindos das mensalidades, diminui sua capacidade de investimento, bem como a do município. Este estudo apresenta quadros comparativos entre a estrutura e funcionamento da Universidade de Gurupi (UNIRG) e outras quatro instuições de natureza jurídica semelhante. Explicita as várias facetas das Fundações Públicas Municipais ou autarquias em regime especial, a fim de demonstrar a viabilidade de um novo modelo de gestão pública financeira e orçamentária e de gestão administrativa, coerente com os quesitos de independência e autonomia institucional. A análise  demonstrou, dentre as quatro analisadas, a UNITAU alcançou autonomia orçamentária, definida pelo TCE/SP, desde o ano de 2001. O processo de desvinculação começou com consulta à Procuradoria Jurídica e a decisão favorável decorreu unicamente da interpretação das leis. Faz-se necessária a coerência do sistema com a interpretação harmônica dos princípios constitucionais e normas do direito financeiro e responsabilidade fiscal, de modo que a desvinculação orçamentária entre universidade e município seja  possível, legal e traga  benefícios a ambos, bem como para o desenvolvimento local, sem implicar responsabilidade aos gestores.

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Biografia do Autor

Ivanilson da Silva Marinho, Universidade de Gurupi

Bacharel em Direito, Mestre em Gestão de Políticas Públicas

Lina Maria Gonçalves, UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS

Doutora em Educação: currículo (CED) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2015). Mestre em Tecnologias da Inteligência e Design Digital (TIDD), também pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2008). Graduada em Pedagogia pelo Instituto Católico de Minas Gerais (1995). Atualmente é professora colaboradora no Mestrado Profissional em Gestão de Políticas Públicas (GESPOL) da Universidade Federal do Tocantins, na linha de Pesquisa em Educação, ciência, tecnologia e desenvolvimento territorial”. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Educação, Currículo e Tecnologias, atuando principalmente nos seguintes temas: TDIC e currículo; Formação de professores; Educação mediada pelas tecnologias; Integração curricular das TDIC: Educação, ética e desenvolvimento rural. Avaliadora de trabalhos em congressos na área de Educação, Tecnologias e Currículo.

Elvio Quirino Pereira, Universidade Federal do Tocantins

Possui curso de graduação em Engenharia Agronômica pela UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS (1990), Especialização em Políticas, Planejamento e Gestão pela UNB (1992), Mestrado em Sociologia pela Universidade de Brasília (1996), Doutorado em Sociologia pela Universidade Federal da Paraíba (2004) e Pós-doutorado em Sociologia pelo Centro de Desenvolvimento Sustentável - CDS/UNB. Foi Professor da Universidade Estadual do Tocantins (1992/2003). Coordenador do Curso de Especialização em Inovação Tecnológica, membro da Comissão Especial do Vestibular e Chefe de Gabinete da UNITINS. Membro e sócio Fundador da FAPTO, Diretor Executivo da Fundação Científico e Tecnológica do Tocantins (2008/2012). Secretário de Planejamento da Prefeitura de Palmas (2005/2008). Assessor de Assuntos Estratégicos da UFT. Membro e presidentes das comissões eleitorais para Reitor da UFT (2003, 2008, 2012, 2017). Atualmente é presidente da Copese - Comissão Permanente de Seleção da UFT, professor Associado III da Fundação Universidade Federal do Tocantins e também Pesquisador Colaborador Junior da Universidade de Brasília/UnB. Tem experiência nas áreas de Sociologia, com ênfase em Sociologia do Desenvolvimento, atuando principalmente nos seguintes temas: Agricultura Familiar, Desenvolvimento Rural e Territorial, Tecnologia e Mercado de Trabalho, Sociologia Rural, Metodologia de Pesquisa Qualitativa, Inovação Tecnológica e Empreendedorismo.

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Publicado

2019-11-30

Como Citar

Marinho, I. da S., Gonçalves, L. M., & Pereira, E. Q. (2019). Limites e possibilidades na gestão pública: a natureza jurídica de fundações públicas municipais. Scientia Iuris, 23(3), 61–82. https://doi.org/10.5433/2178-8189.2019v23n3p82

Edição

Seção

Artigos