A linguagem e a linguagem documentária no processo de representação do conhecimento de grupos marginalizados: reflexões teóricas
DOI:
https://doi.org/10.5433/1981-8920.2021v26n1p512Palavras-chave:
Representação do conhecimento, Grupos marginalizados, Linguagem documentária.Resumo
Introdução: A representação do conhecimento é responsável pela interoperatividade entre sistemas, usuários, domínios, ao mesmo tempo em que devolve à sociedade uma malha informacional legitimada e capaz de, através da recuperação da informação, oferecer viabilidade às informações articuladas. Assim, este trabalho objetiva analisar o impacto da linguagem no processo de representação no que tange às questões semânticas, semióticas e discursivas a fim de compreender a pré-disposição do sistema de organização do conhecimento, o qual é direcionado por escolhas terminológicas, para legitimar a representação, mais especificadamente, discutir acerca da institucionalidade de conceitos e o modo como se efetua a representatividade de grupos marginalizados entendidos neste trabalho como negros, mulheres, LGBTIA+. Para tanto, aplicou-se uma
Metodologia de natureza qualitativa, tipo descritiva, de caráter exploratório, de abordagem teórico-bibliográfica e crítica.
Conclusão:Portanto, entende-se que a representação social tem grande influência na construção da linguagem documentária e estão engendrados parâmetros hegemônicos de um determinado grupo, o que pode acarretar sub-representação de sujeitos, grupo sociais e culturais que não fazem parte do sistema simbólico de representação dominante.
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