Temporalidade (s) na historiografia didática: notas sobre o ensino de história e cultura indígena no município de Maringá (2014-2016)
DOI:
https://doi.org/10.5433/2238-3018.2017v23n2p181Palavras-chave:
Ensino de História escolar, Temporalidades, Cultura indígena.Resumo
O artigo apresenta resultados de análise do livro didático de história regional intitulado Pequenos Exploradores, adotado pelos professores da rede municipal de ensino da cidade de Maringá-Paraná. O objetivo norteador das reflexões empreendidas no trabalho foi problematizar as representações sobre o tempo - moderno, industrial e urbano - presentes no referido livro e as suas implicações sobre as particularidades das vivências do tempo na cultura indígena. Para tanto, utilizou-se de pesquisa bibliográfica para subsidiar o estudo da fonte, tendo como referencial e base conceitual de análise a ideia de representação e de leituras do passado do historiador francês Roger Chartier, teórico da história cultural. Conclui-se que as concepções de tempo devam comportar múltiplas representações sociais e culturais, compreendo as vivências do indígena no tempo em suas singularidades, afastando-se de concepções homogeneizadoras e hierarquizadas que se desenvolveram na sociedade moderna industrial.
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