A polêmica História Nova do Brasil: um projeto de vanguarda derrotado politicamente
DOI:
https://doi.org/10.5433/2238-3018.2016v22n1p127Palavras-chave:
História Nova do Brasil, Livro didático, Ensino de História, Ditadura MilitarResumo
Este artigo investiga a coleção de livros didáticos destinados ao ensino secundário brasileiro História Nova do Brasil – publicada em março de 1964 pela Campanha de Assistência ao Estudante (Cases). A coleção foi concebida no seio acadêmico da Universidade Nacional de Filosofia do Brasil (FNFi), peculiarmente pelos alunos responsáveis pela edição do Boletim de História (BH) sob a orientação de Nelson Werneck Sodré, e envolveu diretamente as atividades do Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB). A obra criticava a historiografia tradicional apresentada nos manuais escolares utilizados no Brasil e objetivava uma inovação no seu conteúdo. Exaltava a necessidade de reformas sociais – principalmente educacional – enquadrando-se no prospecto político que o País vivenciava durante o governo João Goulart; possuía uma dimensão política e foi objeto de luta. Com a instauração do regime militar, os volumes da História Nova foram queimados e proibidos e seus autores, alvos de perseguição.
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