A mulher condescendente: uma reflexão sobre a reificação da imagem feminina nas capas dos jornais
DOI:
https://doi.org/10.5433/2237-9126.2011v5n8p19Palabras clave:
Comunicação, Corpo, Mulher, MídiaResumen
Tomando como pressuposto a valorização das imagens técnicas na civilização ocidental contemporânea, este trabalho observa, por meio de pesquisa exploratória, a exposição individual subjetiva do corpo feminino nas capas de um jornal impresso. Com a intenção de suscitar a discussão de alguns dos impactos sociais da fotografia na mídia impressa, este trabalho considera o consentimento e a autorização de uso de imagem, em seu significado mais abrangente, como o elemento transformador da criatividade e da presença humana em mercadoria. Nesse sentido, o corpo-imagem feminino, ao ser publicado consensual e sensualmente na capa dos jornais, dá à imagem da mulher um caráter mercadológico. As próprias revistas de celebridades são fruto das práticas hedonistas de consumo, adequadas ao modelo de gestão corporal vigente. Esses veículos são, portanto, objeto de consumo visual. Para levantamento de dados foi utilizado o jornal Folha de Londrina durante o primeiro quadrimestre de 2010. A escolha do veículo serve como pano de fundo para a compreensão aplicada da relação entre os leitores de determinado veículo impresso e as fotografias nele publicadas, baseando-se no conceito de identificação de Morin. O presente artigo propõe também a reflexão sobre a temática da subjetividade exacerbada, levantada por Paula Sibilia. Observamos alguns fenômenos comunicacionais, como identificação, hiper-realidade, evocação de simulacros e exposição da subjetividade na publicação de imagens femininas em produtos midiáticos. Análises sobre a filosofia da iconofagia, como a devoração das imagens pelo homem, também contribuem para o desenvolvimento de reflexões deste trabalho.
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