Uma nota de brasilidade: identidade forjada entre Bambas e Sambas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/2237-9126.2022v16n31p235

Palavras-chave:

chave Samba, Identidade nacional, HQ, Representatividade, Historiografia.

Resumo

Ao conjunto de características de um povo oriundo da interação dos membros de uma sociedade e a relação deles com o mundo, damos o nome de identidade cultural, conceito cunhado por Hall (2006), e é a partir disso e da relação que o indivíduo estabelece com a cultura que o envolve, que podemos delinear uma identidade nacional. Utilizamos tal representação como zona de fronteira para delinear aproximações e distanciamentos que possam ser estabelecidas nesse processo contínuo de construção e negociação que ocorre em meio às interações sociais e culturais, moldado através das performances e discursos presentes na cultura e na sociedade, que ao longo do tempo podem ser contestados, transformados e reconstruídos. Durante muito tempo, a identidade de uma nação foi desenhada através de características elencadas pela elite e, dessa maneira, manifestações culturais das camadas da população menos privilegiadas social e economicamente foram excluídas. Neste artigo, propomos uma investigação sobre como elementos da cultura popular, especialmente o Samba, são parte integrante da identidade brasileira. Paraisso, realizamos uma análise bibliográfica comparatista entre o corpus literário, a História em Quadrinhos (HQ), Couro de gato: uma história do samba (2017), de Carlos Patati e João Sánchez, e a Historiografia do Samba. Essa abordagem nos permitiu identificar elementos que materializam a brasilidade.

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Biografia do Autor

Manuela Luiza de Souza, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM

Bacharela em Ciência e Tecnologia pela Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. Atualmente é bacharelanda em Engenharia Química na mesma instituição. 

Roberta Maria Ferreira Alves, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM

Professora da Universidade dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM. Doutora em Letras – Literaturas de Língua Portuguesa pela PUC Minas, com Estágio Pós-doutoral também em Literaturas de Língua Portuguesa pela mesma Instituição. Integrante do Grupo de Estudo Estéticas Diaspóricas (GEED) desde 2010. Coorganizadora com Wellington Marçal de Carvalho do livro: Deslocamentos Estéticos (2020) e integrante da Comissão editorial do literÁfricas.

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Publicado

2022-12-01

Como Citar

de Souza, M. L., & Ferreira Alves, R. M. (2022). Uma nota de brasilidade: identidade forjada entre Bambas e Sambas. Domínios Da Imagem, 16(31), 235–256. https://doi.org/10.5433/2237-9126.2022v16n31p235

Edição

Seção

Artigos gerais