Campos de tensões: Estereótipos sexistas e lutas de representação no rap brasileiro (1988-2012)

Autores

  • Roberto Camargos UFMG

DOI:

https://doi.org/10.5433/2237-9126.2020v14n26p261

Palavras-chave:

Música Popular, Representações Sociais, Gênero

Resumo

Os rappers, no Brasil, emergiram como vozes legítimas na abordagem e na produção de leituras sociais, assumindo, à sua moda, o papel de intérpretes/narradores de seu tempo. Entretanto, como as tensões em torno das questões de gênero e as representações do feminino estampadas em letras de rap com posturas machistas, sexistas e, por vezes, misóginas sugerem, há, simultaneamente, um grande espaço de lutas no qual posicionamentos e valores conservadores são reproduzidos, naturalizados e, também, contestados. Assim, por meio da análise de músicas produzidas entre o final dos anos 1980 até 2015, propõe-se uma leitura das relações entre o masculino e o feminino para entender como a diferença sexual é também construída por discursos que a alimentam e a legitimam.

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Biografia do Autor

Roberto Camargos, UFMG

Doutor em História pela Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, MG, Pós-doutorando no Programa de Pós-graduação em História na Universidade Estadual de Uberlândia, Uberlândia, MG, Técnico em Serviço Público na Secretaria de Cultura de Uberlândia.

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Publicado

2021-01-21

Como Citar

Camargos, R. (2021). Campos de tensões: Estereótipos sexistas e lutas de representação no rap brasileiro (1988-2012). Domínios Da Imagem, 14(26), 261–278. https://doi.org/10.5433/2237-9126.2020v14n26p261

Edição

Seção

Artigos gerais