A PROTEÇÃO DE DADOS E O PRINCÍPIO DA DIGNIDADE HUMANA:

UMA COMPREENSÃO ACERCA DA AUTODETERMINAÇÃO INFORMATIVA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1980-511X.2024.v19.n1.46952

Palavras-chave:

Dignidade, Privacidade, Autodeterminação informativa, Direito fundamental

Resumo

O texto tem como objeto de investigação a proteção de
dados, um Direito Fundamental Autônomo, a partir da evolução
histórica, tanto do conceito de Dignidade da Pessoa Humana,
quanto do conceito atinente ao direito à privacidade, o que
permite constatar a autonomia científica do Direito à Proteção
dos Dados desconectada da perspectiva civilista dispensada
ao Direito à Privacidade, premissa a partir da qual chega-se à
definição do conceito de autodeterminação informativa e que
permite sustentar que a Dignidade da Pessoa Humana tem

natureza supra positiva e positiva. Nesse sentido, pressupõe-
se uma relação dialética entre o Direito Natural e o Direito

Positivo, orientada a concretização da perspectiva personalista
da dignidade, que coloca a pessoa humana no centro do
ordenamento jurídico, tanto no âmbito do Direito Interno, quanto
do Direito Internacional, esta, também uma premissa que permite
sustentar os benefícios com a influência exercida pelo Direito
Europeu no Direito Brasileiro, tanto no âmbito dogmático,
quanto jurisprudencial, evidenciado a partir da análise do
conteúdo referente à Ação Direta de Inconstitucionalidade 6389
de 2020 em trâmite no Supremo Tribunal Federal. Para alcançar
o objetivo proposto, será utilizada pesquisa bibliográfica e, na
escrita, o método dedutivo. Justifica-se o presente estudo, pois, a
partir dele, poderá ser possível constatar a autonomia científica
do Direito à Proteção dos Dados para se alcançar a definição
conceitual de autodeterminação informativa. A exposição de tais fatores revelará que a Dignidade da Pessoa Humana possui
tanto natureza supra positiva quanto positiva, confirmando, desse
modo, a possibilidade de concretização personalista da Dignidade
da Pessoa Humana.

Biografia do Autor

Jamile Calissi, Universidade do Estado de Minas Gerais - UEMG; Universidade de Araraquara - UNIARA

Doutorado e Mestrado (Bolsista Integral CAPES) em Direito Constitucional pela Faculdade de Direito de Bauru (CEUB-ITE). MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas. Graduação em Direito pelas Faculdades Integradas de Jaú - Fundação Educacional Dr. Raul Bauab. Professora de Educação Superior, Nível IV - Grau A, do quadro de pessoal da Universidade do Estado de Minas Gerais, Unidade Ituiutaba. Professora Titular no Mestrado Profissional em Direito e Gestão de Conflitos da Uniara - Universidade de Araraquara (UNIARA). Professora das Faculdades Integradas de Jaú - Fundação Educacional Dr. Raul Bauab. Coordenadora do grupo de Pesquisa em Direito Constitucional Contemporâneo, Constitucionalismo Global e Globalização da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG). Pós-Doutorado (em andamento) na Faculdade de Direito de Ribeirão Preto (FDRP/USP). Pesquisadora bolsista FUNADESP. Pesquisadora bolsista Programa de Bolsas de Produtividade em Pesquisa (PQ) da Universidade do Estado de Minas Gerais (edital n. 08/2022)

Eliana Franco Neme, Faculdade de Direito de Ribeirão Preto/USP

Livre Docente, pela Universidade de São Paulo, Doutora em Direito Constitucional pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Professora Titular de Direito Constitucional da Universidade de São Paulo na Faculdade de Direito de Ribeirão Preto, Professora Permanente do Programa de Pós Graduação em Sistema Constitucional de Garantia de Direitos Mestrado e Doutorado do Centro Universitário de Bauru, advogada.

Bruno Alberto Maia, Faculdade de Direito de Ribeirão Preto/USP

Doutorado em Sistema Constitucional de Garantia de Direitos Pelo Centro Universitário de Bauru, professor assistente em estágio-docência junto ao Departamento de Direito Público da Universidade de São Paulo, na Faculdade de Direito de Ribeirão Preto sob orientação da Professora Livre-Docente, Doutora Eliana Franco Neme. Advogado.

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Publicado

2024-04-30

Como Citar

Calissi, J., Franco Neme, E., & Alberto Maia, B. (2024). A PROTEÇÃO DE DADOS E O PRINCÍPIO DA DIGNIDADE HUMANA:: UMA COMPREENSÃO ACERCA DA AUTODETERMINAÇÃO INFORMATIVA. Revista Do Direito Público, 19(1), 201–219. https://doi.org/10.5433/1980-511X.2024.v19.n1.46952