Educação e modernização do Sertão – município, escola, cidade

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.5433/1984-3356.2020v13n25p700

Palabras clave:

História da educação no Brasil, História do sertão, Cultura escrita, Urbanismo, Municipialismo

Resumen

A historiografia ainda mesmo a regional tendeu a referirse ao Sertão nordestino como não-história, onde natureza e vida humana se consumiam num ciclo retomado de sobrevivência. Diferentemente, e tal como os estudos interdisciplinares e a historiografia recente têm vindo a demonstrar, o Sertão integra a história do Nordeste numa sequência de ciclos de desenvolvimento da economia e da sociedade brasileiras. Mas também apresenta vida própria, nos aspectos demográfico, econômico, etnográfico, educativo, sociocultural. A roça foi a principal estrutura de propriedade, poder e organização econômica e social. Em contraponto ao nomadismo e à errância, emergiram aldeamentos e locais de comércio fixo. Autarcia, particularmente sob a modalidade de município e urbanismo integram a modernização do Sertão, onde a educação trouxe um sentido para o progresso através da aculturação escrita, da alfabetização e da escolarização de novos modos e destinos de vida. Neste estudo, após um enquadramento sobre a história do Sertão, apresenta-se uma linha de progresso que inclui o desenvolvimento econômico, agrícola e industrial, a aculturação escrita, o urbanismo, o municipalismo. Na sequência, apresentase um breve historial dos municípios de Delmiro Gouveia e Paulo Afonso.

Biografía del autor/a

Justino Magalhães, Universidade de Lisboa

Doutor em História da Educação pela Universidade do Minho. Professor Catedrático do Instituto de Educação da Universidade de Lisboa.

Citas

BARBOSA, Alexandre de Freitas. A formação do mercado de trabalho no Brasil. São Paulo: Alameda Casa Editorial, 2008.

BARTELT, Dawid Danilo. Sertão, república e nação. São Paulo: EDUSP, 2009.

CUNHA, Euclides. Os sertões: campanha de canudos. São Paulo: Brasiliense, 1902/1985.

GALVÃO, Walnice Nogueira. As formas do falso: um estudo sobre a ambiguidade no grande sertão: veredas. São Paulo: Editora Perspectiva, 1972.

HOLANDA, Sérgio Buarque. Raízes do Brasil. 26. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.

LEONARDI, Victor. Entre árvores e esquecimentos: história social nos sertões do Brasil. Brasília: Paralelo 15 Editores, 1996.

MAGALHÃES, Violante F. Sobressalto e espanto: narrativas literárias sobre e para a infância, no neo-realismo português. Lisboa: Campo da Comunicação, 2009.

NASCIMENTO, Edvaldo Francisco. Delmiro Gouveia e a educação na pedra. 3. ed. Maceió: Imprensa Oficial Graciliano Ramos, 2015.

NASCIMENTO, Edvaldo Francisco. Modernização e educação escolar no nordeste brasileiro: as escolas da Companhia Hidro Eletrica do São Francisco – CHESF (1949-2000). Recife: [s. n.], 2019. Brochura.

NEVES, Erivaldo Fagundes. Crônica, memória e história: formação historiográfica dos sertões da Bahia. Feira de Santana: UEFS Editora, 2016.

RAMOS, Graciliano. Vidas secas: romance. 3. ed. Lisboa: Portugália Editora, 1938.

ROSA, João Guimarães. Grande sertão: veredas. 22. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2019. Disponível em: https://www.companhiadasletras.com.br/ trechos/14608.pdf. Acesso em: 3 fev. 2020. p. 17

ROSA, João Guimarães. Grande sertão: veredas. São Paulo: Companhia das Letras, 1956.

VENTURA, Roberto. Euclides da Cunha: esboço biográfico. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

Publicado

2020-08-21

Cómo citar

MAGALHÃES, Justino. Educação e modernização do Sertão – município, escola, cidade. Antíteses, [S. l.], v. 13, n. 25, p. 700–721, 2020. DOI: 10.5433/1984-3356.2020v13n25p700. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/antiteses/article/view/39069. Acesso em: 3 jul. 2024.

Número

Sección

Sociedades cientificas