Belarmino versus o Esquartejado/Crucificado: análise do conto “Viagem a Nápoles” de Sérgio Buarque de Holanda

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1984-3356.2021v14n27p237

Palavras-chave:

Viagem a Nápoles, Sérgio Buarque de Holanda, Friedrich Nietzsche, Dostoievski, teológico-político.

Resumo

Este artigo aborda o conto “Viagem a Nápoles”, de Sérgio B. de Holanda, de 1931, retomando o argumento de outras análises que o compreendem como crítica ao poder teológico-político. Nossa leitura é elaborada com mediações de outras obras imbricadas entre si, dentre as quais O Idiota, de Dostoievski (1869), que influenciaria O Anticristo de Nietzsche (1895). No conto Viagem a Nápoles, o personagem Belarmino (etimologicamente, idiota) é uma criança no início da puberdade que, por imprudência e curiosidade, quebrou um quadro de Tiradentes. Levado a julgamento, Belarmino, acompanhado por sua professora Eleanor, foge para Nápoles, onde encontra o Imperador da cidade, vulto de mulher. Nossa interpretação da aventura do menino, representação do povo brasileiro, um tanto idiota, faz apontamentos no sentido da reiteração crítica do conto ao poder teológico político no Brasil, desde o Império e, naquele ano de sua publicação, ao novo arranjo do poder teológico político, sob os auspícios do Governo Vargas, com ato simbólico da Consagração de Nossa Senhora Aparecida como Padroeira do Brasil.

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Biografia do Autor

Damião Duque Farias, Universidade Federal da Grande Dourados

Professor Adjunto do Curso de História da Faculdade de Ciências Humanas - UFGD;

Doutorado em História Social-USP

Pós-Doutorado em Filosofia - UNIOESTE/PR

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Publicado

13-08-2021

Como Citar

FARIAS, Damião Duque. Belarmino versus o Esquartejado/Crucificado: análise do conto “Viagem a Nápoles” de Sérgio Buarque de Holanda. Antíteses, [S. l.], v. 14, n. 27, p. 237–264, 2021. DOI: 10.5433/1984-3356.2021v14n27p237. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/antiteses/article/view/41729. Acesso em: 21 nov. 2024.