Ato de leitura: quando o povo Kotiria nos conta
DOI:
https://doi.org/10.5433/1678-2054.2017v33p41Palavras-chave:
Ato de leitura, Indígenas, Narrativas, KotiriaResumo
A partir do conceito de linguagem como ato performativo, proposto por John L. Austin em 1962, este trabalho busca expandir tal concepção também para a leitura, entendendo-a não como atividade passiva, mas que age sobre os indivíduos e em toda a cadeia discursiva. Desconstruindo a dicotomia fala/escrita à luz de Derrida em seu A farmácia de Platão, refletir-se-á sobre a importância de se recuperar as narrativas indígenas e promover leituras a partir delas como formas de reparação, isto é, como forma de levar adiante uma prática social que povo Canela chama de to mpey. O presente trabalho se apresenta como um ato de leitura dos processos de reencontro do povo Kotiria, indígenas situados na fronteira entre Brasil e Colômbia, com suas histórias, e também como forma de agir a partir da leitura de tais narrativas, convidando os leitores a conhecerem mais sobre esse povo e buscar modos apaziguar os séculos de silenciamento de toda uma cultura.Downloads
Referências
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