Festas de Agosto de Montes Claros – MG:

a Territorialidade dos Catopês

Autores

Palavras-chave:

Religião, Catolicismo Popular, Identidade Cultural, Espaço Sagrado e Profano

Resumo

O presente artigo almeja relacionar a territorialidade religiosa das Festas de Agosto, rompendo com a ótica do território e levando a representatividade da festividade do Congado da cidade de Montes Claros-MG. Realizada há mais de 180 anos, a festa possui sua representatividade na história dos catopês, marujadas e caboclinhos, grupos que reúnem no mesmo ritual, música, festa, devoção e fé. O estudo parte do levantamento de materiais audiovisuais, registros iconográficos e referencial bibliográfico sobre a festa e suas manifestações, contribuindo para a construção de uma memória cultural afetiva, sagrada, e de reafirmação da identidade regional da sua população e de seus visitantes. A realização de uma pesquisa qualitativa primária, com um mestre da tradicional festa religiosa, possibilitou um aprofundamento do estudo e um contato direto com o objeto de análise. Os dados coletados no trabalho de campo e entrevista, ainda que parciais, permitiram identificar de forma clara a influência da festa na dinâmica territorial do centro de Montes Claros. A celebração promove uma reconfiguração do espaço urbano, alterando os fluxos de pessoas, dinamizando o comércio local e modificando significativamente o dinamismo territorial do centro da cidade.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Sabrina da Silva Gonçalves, Universidade Estadual de Montes Claros

Graduanda em Geografia Bacharelado e Bolsista da Iniciação Cientifica.

Ricardo Henrique Palhares, Universidade Estadual de Montes Claros

Professor Adjunto do Departamento de Geociências da Universidade Estadual de Montes Claros - UNIMONTES. Bacharel licenciado em Geografia - PUC Minas. Doutor em Geografia - PPGTIE/ PUC Minas (Bolsista CAPES, 2018).

Vivian Mendes Hermano, Universidade Estadual de Montes Claros

Professora do Departamento de Geociências da UNIMONTES. Doutora em Geografia pela Pontifica Universidade Católica de Minas Gerais-PUCMG.

Referências

BRITO, Ângela Ernestina Cardoso de. Catopês: histórias de lutas e formação de identidades em Montes Claros-MG / Ângela Ernestina Cardoso de Brito, 2014.

ELIADE, Mircea. Imagens e símbolos. Trad. Maria Adozinda Oliveira Soares. Lisboa: Arcádía, 1979.

HAESBAERT, Rogério. A desterritorialização: Entre as redes e os aglomerados de exclusão. In: CASTRO, I. E., et al., Geografia: Conceitos e temas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999, p. 165-206.

HAESBAERT, Rogério. Identidades territoriais. In.: ROSENDAHL, Zeny; CORRÊA, Roberto Lobato; (Orgs.). Geografia cultural: Uma antologia, volume II. Rio de Janeiro: EDUERJ, 2013.

HAESBAERT, Rogério. Identidades territoriais. In: ROSENDAHL, Zeny; CORRÊA, Roberto L. Manifestações da cultura no espaço. Rio de Janeiro: Eduerj, 1999.

HAESBAERT, Rogério. O mito da desterritorialização: do “fim dos territórios” à multi-territorialidade. 1ª edição. Rio de Janeiro: BERTRAND BRASIL, 2004.

HAESBAERT, Rogério. O mito da desterritorialização: Do “fim dos territórios” à multiterritorialidade. 2. ed., Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006.

LUCAS, Glaura. Os sons do Rosário: o congado mineiro dos Arturos e Jatobá. Belo Horizonte: UFMG, 2002.

MALVEIRA, Ricardo Ribeiro. Os catopês de São Benedito em Montes Claros: rastros de uma ancestralidade mineira negra e festiva. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal da Bahia, 2011.

MARTINS, Saul. Congado, família de sete irmãos. Belo Horizonte: SESC, 1988.

MENDES, Jean Joubert Freitas. Música e religiosidade na caracterização identitária do Terno de Catopês de Nossa Senhora do Rosário do Mestre João Farias em Montes Claros – MG. 2004. 230 f. Dissertação (Mestrado em Música) – Programa de Pós-Graduação em Música, Universidade Federal da Bahia. Salvador, 2004.

NOVO TESTAMENTO: BÍBLIA, N. T. Mateus. In: Bíblia Sagrada. Tradução de Missionários do Imaculado Coração de Maria (Missionários Clarentianos). Editora Ave-Maria; 215ª edição (1 janeiro 2016).

ROSENDAHL, Z e CORRÊA, R.L. (orgs). A territorialidade da Igreja Católica no Brasil –1800 e 1930. Rio de Janeiro: 2003. (TEXTOS NEPEC nº1).

ROSENDAHL, Z. “Espaço, cultura e religião: dimensões de análise”. In: CORRÊA, R.L. e ROSENDAHL, Z. (orgs). Introdução a geografia cultural. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003, pp.187-224.

ROSENDAHL, Z. “Espaço, política e religião”. In: ROSENDAHL, Z. e CORRÊA, R.L. (orgs). Religião, identidade e território. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2001, pp. 9-39.

ROSENDAHL, Z. “O sagrado e o espaço”. In: CASTRO, I.E., GOMES, P.C. e CORRÊA, R.L. (orgs). Explorações Geográficas. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil. 1997, pp. 119-154.

ROSENDAHL, Z. Espaço e religião: uma abordagem geográfica. Rio de Janeiro: EdUERJ, 1996.

ROSENDAHL, Z. Hierópolis: o sagrado e o urbano. Rio de Janeiro: EdUERJ, 1999.

ROSENDAHL, Zeny. Território e territorialidade: uma perspectiva geográfica para o estudo da religião. In.: ROSENDAHL, Zeny; CORRÊA, Roberto Lobato. (Orgs.). Geografia: Temas sobre cultura e espaço. 1ª edição. Rio de Janeiro: Ed. UERJ, 2005.

SOUZA, Luis Fellipe Dias; LAURENTIZ, Luiz Carlos de. A cidade como espaço de festa: uma leitura sobre as Festas de Agosto e o Festival Folclórico de Montes Claros (MG), 2022.

WEBER, M. 1978. Economy and Society: an outline of interpretive sociology. Berkeley, University of California Press, vol. 2, 1643 p.

ZANZA JÚNIOR, João Pimenta dos Santos. Os catopês, território e cultura. Entrevista concedida a Sabrina da Silva Gonçalves. Montes Claros, 8 de agosto de 2023.

Downloads

Publicado

04-11-2024

Como Citar

GONÇALVES, Sabrina da Silva; PALHARES, Ricardo Henrique; HERMANO, Vivian Mendes. Festas de Agosto de Montes Claros – MG: : a Territorialidade dos Catopês. Serviço Social em Revista, [S. l.], v. 27, n. 2, p. 414–436, 2024. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/ssrevista/article/view/51307. Acesso em: 8 nov. 2024.