Aproximações do pensamento de Achile Mbembe a partir da obra Crítica da Razão Negra

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1679-0383.2022v43n2p187

Palavras-chave:

Achille Mbembe, Eurocentrismo, Decolonialidade

Resumo

O objetivo do presente texto é discutir os pontos centrais de Crítica da Razão Negra e evidenciar que o denominado pensamento em travessia e em circulação, defendido por Achille Mbembe, apresenta questões fundamentais para se refletir sobre como o eurocentrismo configura-se como um conjunto de epistemologias de autoenclausuramento e autocontemplação, já que não reconhece e, mais ainda, desmerece outras formas de conhecimento. Para tanto pautou-se em uma pesquisa do tipo qualitativa em um esforço para unir o autor a sua obra considerando as múltiplas complexidades de ser estar intelectuais do sul epistêmico global em um mundo onde a ciência reconhecida é a do norte epistêmico. Como procedimento metodológico, o caminho escolhido passou por uma leitura cuidadosa da obra Crítica da Razão Negra, sistematização das ideias principais e organização do texto final. A problemática da discussão parte da contextualização de percepções de mundo eurocentradas e do esforço de ofertar novas miradas decoloniais em especial para a compreensão socioespacial do continente africano.

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Biografia do Autor

Margarida Cassia Campos, Universidade Federal da Bahia - UFBA

Professora Pós-doutora pela Universidade de Coimbra (UC), Coimbra, Portugal. Doutora em Geografia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Santa Catarina, Brasil. Professora da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Paraná, Brasil. Professora do Mestrado Profissional em Sociologia em Rede Nacional e Professora do Curso de Pós-graduação em Serviço Social da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

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Publicado

04.07.2023

Como Citar

CAMPOS, M. C. Aproximações do pensamento de Achile Mbembe a partir da obra Crítica da Razão Negra. Semina: Ciências Sociais e Humanas, [S. l.], v. 43, n. 2, p. 187–198, 2023. DOI: 10.5433/1679-0383.2022v43n2p187. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/seminasoc/article/view/48168. Acesso em: 8 maio. 2024.

Edição

Seção

Dossiê