Ensaio com águas poluídas como veiculadoras de patógenos para bovinos
DOI:
https://doi.org/10.5433/1679-0359.2001v22n1p27Palavras-chave:
Taenia saginata, Cysticercus bovis, Bovinos, Águas poluídas.Resumo
Águas de um córrego que recebe efluentes de esgotos urbanos da cidade de Jaboticabal, SP que passa dentro da área do Campus, e de um poço artesiano que abastece o Campus da UNESP foram submetidas a análises bacteriológicas e parasitológicas. Paralelamente a essas provas, 16 bovinos com 8 a 16 meses de idade (8 Bos indicus e 8 Bos taurus) foram confinados e dessedentados (4 com cada fonte d’água) por sete quinzenas. No dia zero, todos os animais receberam uma dose de ivermectina (200 mg/Kg de peso corpóreo) e foram randomizados. Esses animais provieram de propriedades supostamente livres de cisticercose e foram submetidos a exames clínicolaboratoriais, antes e periodicamente, a intervalos regulares. Findas as sete quinzenas, os 16 bovinos foram abatidos e submetidos ao Serviço de Inspeção Federal (SIF). Desses animais foram colhidas amostras de sangue e tecidos para as provas laboratoriais: a) as provas bacteriológicas revelaram que enquanto a fonte de água “potável” apresentou teores de coliformes fecais compatíveis à classificação de água potável (resolução CONAMA 20), as águas do córrego Cerradinho sempre obtiveram a classificação de poluída; b) ao longo das 15 semanas as águas do córrego Cerradinho apresentaram ovos de Cestoda ( Taenia e Hymenolepis) e de Nematoda ( Ascaris, Trichuris, Capillaria e Ancylostomidae); c) enquanto um de oito bovinos dessedentados com água potável apresentou-se infectado por Cysticercus bovis, quatro dos oito que beberam água do córrego Cerradinho mostraram-se positivos; d) embora as análises parasitológicas mostrem que as águas do córrego estejam carreando ovos do gênero Taenia, a presença de um animal soropositivo e de outro com Cysticercus bovis na musculatura, ambos do grupo que recebeu água potável, sugerem infecção desses animais na propriedade de origem; e) os testes sorológicos não evidenciaram transmissão de Leptospira spp, Brucella spp, Neospora caninum ou de Toxoplasma gondii aos bovinos e, a bioprova conduzida em camundongos, objetivando o diagnóstico de T. gondii, confirmou o resultado sorológico; f) os resultados obtidos pelos exames sorológicos e pelos critérios do Serviço de Inspeção Federal apresentaram apenas 6,25% de reciprocidade de diagnósticos.
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