Potencial fisiológico de sementes de bromélias Dyckia sp. sob diferentes temperaturas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1679-0359.2021v42n5p2639

Palavras-chave:

Bromeliaceae, Dyckia beateae, Dyckia brevifolia, Dyckia excelsa, Germinação, Vigor.

Resumo

As bromélias vêm ganhando espaço no cenário econômico em função principalmente do uso como plantas ornamentais. Bromélias do gênero Dyckia sp., apresentam morfologia diferenciada e, por isso, possuem relevância neste mercado, no entanto, algumas espécies estão ameaçadas devido ao extrativismo das plantas de seus ambientes naturais. Muitas destas espécies são endêmicas e nativas do Brasil e são poucos os estudos sobre a fisiologia de sementes destas plantas, sendo essencial o desenvolvimento de pesquisas. Uma alternativa para preservação é a produção de mudas via sementes. Neste sentido, o objetivo do trabalho foi avaliar o potencial fisiológico de sementes de D. brevifolia, D. beateae e D. excelsa em diferentes temperaturas e estabelecer o número de dias para a realização dos testes. Adotou-se delineamento inteiramente casualizado, contendo três espécies de Dyckia (D. brevifolia, D. beateae e D. excelsa), analisadas separadamente, e quatro temperaturas (20 °C, 25 °C, 30 °C e 35 °C). Foram avaliadas: primeira contagem de germinação, germinação, índice de velocidade de germinação, comprimento e massa seca de plântulas. Os dados foram analisados pelo software Sisvar quanto à normalidade e homogeneidade e ao atenderem os pressupostos foram submetidos à análise de variância pelo teste F (p < 0,05) e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Sementes de Dyckia excelsa emitem a radícula mais rapidamente a 20 °C e 35 °C; no entanto as temperaturas de 25 °C e 30 °C proporcionam melhores condições para o crescimento e desenvolvimento das plântulas. O maior vigor de sementes de Dyckia brevifolia é observado nas temperaturas de 30 °C e 35 °C. As sementes da espécie Dyckia beateae emitem a radícula mais rapidamente a 20 °C e as maiores plântulas são observadas a 35 °C. A primeira contagem de germinação de D. brevifolia, D. beateae e D. excelsa deve ser avaliada no terceiro dia após a semeadura e as avaliações de germinação para D. excelsa e D. beateae devem ser realizadas ao nono dia após a semeadura, para D. brevifolia ao sexto dia após a semeadura.

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Biografia do Autor

Verônica Pellizzaro Moresco, Universidade Estadual de Londrina

Dra em Agronomia, Universidade Estadual de Londrina, UEL, Centro de Ciências Agrárias, Londrina, PR, Brasil.

Mônica Satie Omura, Universidade Estadual de Londrina

Dra em Agronomia, Universidade Estadual de Londrina, UEL, Centro de Ciências Agrárias, Londrina, PR, Brasil.

Jean Carlo Baudraz de Paula, Universidade Estadual de Londrina

Dr. em Agronomia, Universidade Estadual de Londrina, UEL, Centro de Ciências Agrárias, Londrina, PR, Brasil.

Felipe Favoretto Furlan, Universidade Estadual de Londrina

Dr. em Agronomia, Universidade Estadual de Londrina, UEL, Centro de Ciências Agrárias, Londrina, PR, Brasil.

Lúcia Sadayo Assari Takahashi, Universidade Estadual de Londrina

Profa. Dra. Sênior, Departamento de Agronomia, Programa de Pós-Graduação em Agronomia, UEL, Londrina, PR, Brasil.

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Publicado

2021-07-02

Como Citar

Moresco, V. P., Omura, M. S., Paula, J. C. B. de, Furlan, F. F., & Takahashi, L. S. A. (2021). Potencial fisiológico de sementes de bromélias Dyckia sp. sob diferentes temperaturas. Semina: Ciências Agrárias, 42(5), 2639–2650. https://doi.org/10.5433/1679-0359.2021v42n5p2639

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